terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Naomi, Ely e a Lista de Não-Beijos (2015)

É engraçado falar desse filme, pois ele retrata um pouco o início da minha adolescência, mas também é bem aplicável ao momento que eu estou agora (término de namoro).
É um filme interessante, até porque gosto muito da Victoria Justice, sem falar nesses filmes básicos de vida adolescente difícil e romance clichê.

Fonte: Torrent Filmes

FICHA TÉCNICA

Título (BRA): Naomi e Ely e a Lista de Não-Beijos.
Título (Original): Naomi and Ely'sno kiss list.
País de produção: EUA.
Estreia: 17 jul. 2015 (mundial); 18 set. 2015 (BRA).
Direção: Kristin Hanggi.
Emp. Produtora:
Idiomas: Português; Inglês; ...
Equipe Produtora: Lesley Vogel; Alexandra Milchan; Bob Abramoff; Emily Gerson Saines.
Autores: David Levithan; Rachel Cohn; Amy Andelson; Emily Meyer.
Classificação: 16 anos.
Gênero: Drama; Romance.
Duração: 90 min.
Class. CDD: 778.5 - Filme cinematográfico.
Referência: NAOMI e Ely e a lista de não beijos = Naomi and Ely’s no kiss list. Direção: Kristin Hanggi. Produção: LesleyVogel; Alexandra Milchan; Bob Abramoff; Emily Gerson Saines. EUA: [s.n.], 2015. 90 min. Son., color.
Nota pessoal: 8/10.
Baseado em... no livro de mesmo nome "Naomi & Ely e a lista do não-beijo", de autoria de David Levithan e Rachel cohn.

O filme retrata a grande amizade de Naomi e Ely, que moram no mesmo prédio a anos e passaram por um problema familiar que envolveu a família de ambos, desde então viveram um para outro, sempre juntos, seja onde for. Entretanto, algo que fica bem claro no filme, a amizade que Naomi cultiva pelo Ely, vai um pouco além de uma grande amizade. Naomi criou uma fantasia de futuro ao lado de Ely, que não é possível, por inúmeros motivos (o principal deles, Ely é Gay).
É besteira achar que amizade e romance são coisas diferentes. Não são. Ambos são apenas variações do mesmo amor. Variações da mesma vontade de estar perto. (Ely)
Mas, crianças crescem e tem que ir para a faculdade. Nesse ambiente de "jovens adultos", Ely começa a ter novas experiências, conhecer novas pessoas, novos lugares... principalmente, a fazer coisas sem a Naomi. O que a deixa bem chateada e ciumenta... ainda mais quando o Ely começa a sair com garotos.
Algumas amizades são tão importantes que você faria qualquer coisa para mantê-las. (Naomi)
Fonte: No Kiss List Movie’s Facebook
O desfecho é quando o atual "namorado" de Naomi, o "Bruce 2", se aproxima de Ely de uma forma além da amizade e acabam descobrindo uma paixão verdadeira um pelo outro. Como tudo o que é bom dura pouco... Naomi descobre e então o drama da história começa.
[...] você vai se sentir bem melhor amanhã de manhã. Não, isso não é verdade. Você vai se sentir bem pior. (Gabriel)
A Lista de Não Beijos era justamente para que os amigos, Naomi e Ely, não brigassem por um garoto, mas quem diria que um dia isso poderia acontecer... e pior, da mesma forma que aconteceu com os pais de ambos.
Nesse tipo de situação, o que fazer? Com quem contar? Perdoar? Porque o amor, a amizade, pode ser tão complexa em certos momentos da vida? Porque pequenos detalhes, atitudes, gestos, palavras, podem machucar e fazer desmoronar um castelo de pedras que parecia tão fortificado?

O filme é bem simples e básico, mas muito interessante, pois como disse, lembra a minha fase em que eu fantasiava um futuro amoroso com meninas no tempo de escola (momentos que já passaram e não voltam a acontecer, já sou bem decidido, como o  Ely). E me lembra também o término (não tão recente) de namoro, que não era para acontecer, mas aconteceu, e me fiz as mesmas perguntas que a Naomi e muitos outros se fazem nesse tipo de situação."Porquê ...?!". Vale dizer que o filme em si, era pra ter uma temática LGBT, mas acho que Hollywood não quis levar para esse caminho.
É uma mentira completa dizer que só há uma pessoa especial com quem vai estar para o resto de sua vida. Se tiver sorte... e se esforçar bastante... sempre haverá mais de uma. (Naomi)
Mas enfim, deixando um pouco esse papo pessoal que está meio deprimente, e voltando ao filme. Como já mencionei lá em cima nas Informações Bibliográficas do filmes, ele foi baseado em um livro de mesmo nome e, confesso que ainda não li... pois vim saber do livro enquanto escrevia essa resenha/crítica. Mas já vou providenciar a compra e por a leitura dele em dia, e falando do livro, uma diferença entre o livro e o filme, é a narração. No filme apenas Naomi conta a história pelo ponto de vista dela, mas no livro temos a participação de pelo menos oito personagens narrando (foi o que me disseram)... ahhhh... e como não pode faltar, e já de praxe e principal motivo do blog, vamos ao "Além do enredo". Se perceberam a Robin (garota) trabalha em uma biblioteca e menciona para o Robin (garoto) como os livros são organizados, referenciando a classificação de Dewey. Mas o que é? Pra quem estuda ou trabalha em bibliotecas já deve saber, mas pra quem é de outra área, clica aqui.

Beijos, Saraiva.

ELENCO
  • Victoria Justice (atriz da série Brilhante Victoria), como Naomi Mills;
  • Pierson Fodé, como Ely Diamond;
  • Griffin Newman, como Bruce 1;
  • Ryan Ward, como Bruce 2;
  • Matthew Daddario, como Gabriel;
  • Monique Coleman (atriz de HSM), como Robin (menina);
  • Daniel Flaherty, como Robin (menino);
  • Gary Betsworth, como Sr. McAllister.

CURIOSIDADE

A première do filme "Naomi & Ely e a Lista de Não Beijo teve sua estreia durante o festival de filmes "Outfest LGBT  Film Festival", em 17 de julho de 2015, em Nova Iorque.

O Outfest LGBT Film Festival é a principal organização de artes multimídias Queer e abre as portas para jovens cineastas com filmes com a temática Queer. O festival acontece a mais de 30 anos...
Já foram apresentados mais de 200 curtas-metragens e já foram exibidos mais de 6.500 filmes internacionais para plateias de mais de meio milhão de pessoas.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Vocabulário de Palavras e Expressões - Baudelaire (part III)


Como já havia prometido nas primeiras postagens sobre as Desventuras dos Baudelaire filhos. Apresento a você, leitor, um vocabulário construído a partir das definições de palavras e expressões apresentadas por nada mais nada menos que: Violet, Klaus e Sunny (apesar de apenas falar palavras de bebê), além de outros personagens.

A organização será primeiramente por Livro, seguida de ordem alfabética. É descrito o número da página que pode ser encontrada a palavra/expressão se quiser confirmar.

Livro três: O Lago das Sanguessugas

Abominável - A palavra abominável aqui usada com o sentido de “habitual do Conde Olaf quando ele tinha mais ou menos a idade de vocês” p. 154

“Acendeu-se uma luz dentro deles” - É uma maneira de dizer que eles “descobriram alguma coisa” p. 182

Alexandre, o Grande - Viveu há mais de dois mil anos, e seu sobrenome não era na verdade “o Grande”. “O Grande” era como ele exigia que as pessoas o chamassem depois que chegava nas terras delas com uma leva de soldados e se proclamava rei. p. 171

Atlas - É um livro com uma coleção de mapas. p. 107

Bisbilhotando - Significa ‘escutando a conversa dos outros” p. 58

Bom-tom - É o mesmo que boas maneiras, boa educação. p. 13

Cedeu - Palavra que aqui quer dizer “se tornou branda” p. 129

Copiosas - A palavra copiosas significa aqui “uma porção de” p. 98

Desoprimido - Palavra elegante que quer dizer o mesmo que “aliviado” p. 174

Disfarce transparente - Isso não quer dizer que a pessoa esteja usando material (vidro, plástico) transparente. Significa apenas que os outros conseguem ver através do disfarce – ou seja, o disfarce não os engana nem sequer por um instante. p. 44

“É falar do diabo...” - Usa-se essa expressão quando se está falando de alguma coisa e, em seguida, essa coisa aparece (a expressão completa é: ‘É falar do diabo, que ele aparece’) p. 141
Sunny Baudelaire, do filme Desventuras em Série.
Fonte: Fanpop

Encouraçada - Termo que aqui quer dizer “incrivelmente vigorosa e resistente” p. 122

Forjar - Um verbo que aqui significa “escrever alguma coisa pelo próprio punho e fingir que outra pessoa a escreveu” p. 71

Frustração - É um estado emocional interessante, porque tende a fazer surgir o que há de pior no frustrado. p. 143

Índice - Que é uma lista de todas as coisas que o livro contém, com as páginas em que aparecem. p. 107

Impertinente - Uma expressão que aqui quer dizer “ficasse me mostrando que estou errada pois isso me aborrece” p. 54

Mastro - Nome dado ao “alto poste de madeira erguido no meio dos barcos’ p.126

“No dia de São Nunca” - Uma expressão que significa “de jeito nenhum” p. 137

Nó górdio - Um nó que um rei chamado Górdio fez com grande habilidade num pedaço de corda, Górdio disse que se Alexandre fosse capaz de desata-lo poderia governar o reino inteiro. p. 171

“O vento alcançou seu auge” - O que aqui quer dizer “balançou com a casa e atirou os três órfãos no chão” p. 109

Sunny Baudelaire, da série da Netflix, Desventuras em Série.
Fonte: Flickr
“Resmungou interiormente” - Frase que aqui quer dizer “não disse nada, mas se sentiu decepcionada ante a perspectiva de outro jantar gelado” p. 42

Resolutamente - Palavra que aqui significa “como se acreditasse no que dizia, embora não estivesse tão certa disso” p. 115-116

Sanguessugas - São algo assim como vermes. São cegas, vivem em meios aquáticos, e para se alimentar, grudam-se na pessoa e sugam seu sangue. p. 34

Sub-repticiamente - Palavra que aqui significa “enquanto tia Josephine não estava olhando” p. 36

Táxi - Um táxi é um carro que nos leva a qualquer lugar mediante o pagamento de uma tarifa. p. 13

Transtorandos - Palavra que aqui significa “abalados” p. 168

Ululante - Ululante, significa “que grita de aflição e dor” p. 101

Urticária - Palavra que significa “placas vermelhas que coçam durante algumas horas” p. 11

Wunderkind - Palavra alemã, que aqui quer dizer “alguém capaz de subir rapidamente em mastros de barcos que estão sendo atacados por sanguessugas” p. 149


Aguardo você no próximo Vocabulário Baudelaire.

Saraiva.

Vocabulário de Palavras e Expressões - Baudelaire (pert II)


Como já havia prometido nas primeiras postagens sobre as Desventuras dos Baudelaire filhos. Apresento a você, leitor, um vocabulário construído a partir das definições de palavras e expressões apresentadas por nada mais nada menos que: Violet, Klaus e Sunny (apesar de apenas falar palavras de bebê), além de outros personagens.

A organização será primeiramente por Livro, seguida de ordem alfabética. É descrito o número da página que pode ser encontrada a palavra/expressão se quiser confirmar.



Livro dois: A Sala dos Répteis

Admoestou - Palavra que aqui significa “reprendeu Klaus embora a interrupção tivesse bons motivos” p. 99

Anuviou-se - Expressão que aqui quer dizer “assumiu certo ar melancólico quando o tio Monty pensou em sua má sorte”. p. 23
Klaus Baudelaire, do filme Desventuras em Série.
Fonte: Fandom

Bambini - Bambini é como se diz “crianças” em italiano. p. 25

Batido - O termo batido refere-se a “usado por tantos e tantos escritores que, quando Lemony Snicket o emprega neste texto, já se tornou um chavão” p. 123

“Em conjunção” - É “junto com”, “acompanhado de” p. 128

“Emendava no assunto” - Expressão que aqui significa “deixava a conversa enveredar por”. p. 41

Estrangulatório - Estrangulatório é “relativo a estrangulamento” p. 128

Exultante - Fora de si e empolgado. p. 42

Factícia - É um sinônimo tão rebuscado para “artificial”, “fabricado” p. 90

Fazer troça - Fazer troça é o mesmo que ‘caçoar’. p. 14

Genérico - A palavra genérico aqui significa “quando a gente é incapaz de pensar em qualquer outra coisa para dizer” p. 84

Grosseira - A palavra grosseira tem aqui o sentido de “tosca, feita em cima da hora” e não de “rude ou mal-humorada” p.148-149

Herpetologia - É o estudo de alguma coisa – Cobras! p. 20

Inapropriado(a) - Uma palavra que aqui tem o sentido de “enganoso”. p. 35

Inquisitiva - A palavra inquisitiva significa... (...) Cheia de perguntas. p. 20

Insípida(o) - A palavra insípida aqui quer dizer “indigna de se ler para alguém” p. 135

Klaus Baudelaire, Desventuras em Série.
Fonte: Wattpad
“Ironia dramática” - Ocorre quando uma pessoa faz um comentário inocente, e outra pessoa que o escuta está sabendo de alguma coisa que faz com que esse comentário tome um sentido diferente, em geral desagradável. p. 37
“é uma ocorrência cruel (por isso também se pode falar dela como ‘ironia cruel’) quase sempre inquietante (...)” p. 37-38

Matiz - É o mesmo que “cor, coloração” p. 128

Nêmesis - Palavra que aqui significa “o pior inimigo que se possa imaginar”. p. 48

“Pôr tudo a limpo” - Expressão que aqui quer dizer “admitir que ele era realmente o Conde Olaf e não tinha objetivos inocentes” p. 156

Retiro secreto - Expressão que aqui significa “lugar imundo onde se arquitetam planos maléficos” p. 126-127

Resgatar - Quer dizer “levar embora” p. 171

“Sentir-se como uma quinta roda” - Equivalente em outras línguas a “sentir-se como um peso morto” p. 111

Tenebroso - É “escuro, sombrio” p. 128

“Tirar isso a limpo” - Expressão que aqui significa “esmiuçar uma questão, discutindo-a e analisando-a até compreendê-la inteiramente” p.83

Vangloriar - Uma palavra que aqui significa “contar vantagem” p. 70

Aguardo vocês no próximo Vocabulário Baudelaire.

Saraiva.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Desventuras em Série - Mau Começo (2001)

Desventuras em Série... lembro que o meu primeiro contato com essa obra maravilhosa, foi a adaptação cinematográfica de 2004, com a participação do excelentíssimo Jim Carrey como Conde Olaf e entre outros atores, que prefiro me privar dos comentários agora, para o momento em que falar do filme em si.

Fonte: Saraiva
Título (BRA): Mau Começo, Desventuras em Série. 
Título (Original): The Bad Beginning.
País de Produção: Norte-americano.
Autor: Lemony Snicket.
ISBN: 978-85-359-0094-1; 978-85-359-1972-1 (coleção).
Dimensão: 12,5 cm x 18,5 cm.
Páginas: 148 p.
Class. CDD: 813 - Ficção americana.
Cutter: S672.
Referência: Snicket, Lemony. Desventuras em Série: mau começo. Ilustração de Brett Helquist; Tradução de Carlos Sussekind. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2001.

Lido em: 11 dias.
Nota pessoal: 9/10.
Coleção/Série: Desventuras em Série (13 volumes).
Adaptações: A coleção possui um adaptação cinematográfica, de 2004, que retrata os três primeiros livros; uma série, da Netflix, com três temporadas que trabalha com todos os treze volumes.
Curiosidade: Tipos de Nós (baseado no nó Língua do Diabo apresentado no livro)
“Para Beatrice – querida, adorada, morta.”
Desventuras em série é uma coleção composta por 13 volumes, uma mais interessante que o outro. Escrita por Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel J. Handler), que nos proporciona uma aventura (ou desventuras) muito surreais e inimagináveis. A leitura é voltada para um público infantil, mas que acaba seduzindo muitos adolescentes e o que dirá adultos, tendo essa atmosfera de suspense e drama, envolvendo nada mais nada menos que três crianças órfãs.

O volume um da coleção apresenta os jovens Baudelaire e o intrigante incêndio que matou os Baudelaire pais, tornando as crianças órfãs e ficando a cargo de um parente considerado “mais próximo” (genealógica ou geograficamente). No caso, a interpretação do “mais próximo” é feita de forma errônea por “geografia”. E os jovens Baudelaire acabam indo parar nas graças (“garras”) do adorável (“detestável”) Conde Olaf. De acordo com as informações coletadas, ele seria primo de terceiro ou quarto grau das crianças (primo de segundo grau já não é tão parente assim, o que dirá de terceiro ou quarto).
Há muitos tipos de livros no mundo, o que faz sentido, porque há muitos e muitos tipos de pessoas, e os gostos são diferentes. p. 78
Os órfãos Baudelaire vivem grandes aventuras (“desventuras”) nas mãos do Conde Olaf, mas com sua inteligência em inventar objetos, extrair informações dos livros e morder, as crianças conseguem sobreviver ao Conde, que está na mais do que interessado na grande fortuna deixada pelos Baudelaire pais. Até o momento que você descobre a verdadeira intenção do Conde Olaf pelos Baudelaire, você pode se perguntar: Mas porque ele quer tanto assim a fortuna das crianças? Quem incendiou a casa dos Baudelaire? De onde o Conde conhece a família Baudelaire? Quantos livros são mesmo? (kkkk)
Mas um tipo de livro que praticamente ninguém gosta de ler é um livro de direito. Os livros de direito têm fama de ser muito compridos, muito chatos e muito difíceis de ler. p. 78 (Menção a livros)
Como já mencionei, a leitura é voltada para o público infantil, entretanto, as críticas e o trato na personalidade dos personagens ao longo da história, faz pensar que, com um pouco de reflexão você percebe que Desventuras em Série não bem uma história de ninar, e sim uma história bem contemporânea e para os adultos lerem e refletirem sobre si e o mundo.

Dois dos pontos principais que o volume um trata de forma direta e explicita:
  • O fato de que as crianças nunca são ouvidas, e quando são, não consegue fazer com que os demais creiam em suas palavras; é incrível como o Conde Olaf consegue enganar tão fácil assim os adultos ao longo da história;
  • A justiça em muitos lugares do mundo, incluindo no nosso país (Brasil), é falha. A expressão “a justiça é cega” no ramo do direito, é aplicada de forma literal na narrativa. Todos parecem não enxergar as atrocidades cometidas pelo Vilão.
É obvio que é possível notar outras pequenas críticas na história e nos demais livros. Mas deixo aqui para que você descubra e reflita.

Duas características marcantes do modo como é escrito o livro, são:
  • O próprio autor, também, é um personagem, caracterizando uma narrativa em terceira pessoa (pelo menos é isso que lembro das aulas de português no ensino médio). Essa característica fica bem presente nos demais livros também;
  • Pelo fato dos personagens serem inteligentes e, o principal, Klaus Baudelaire ser um bibliófilo de carteirinha (pelo menos acho que é por esses motivos), ao longo da narrativa são apresentados momentos de definição de certas palavras ou expressões utilizadas por algum dos personagens. Fato que me deixou tão intrigante que anotei cada momento desse e pretendo apresenta-los, assim que terminar a leitura de todos os livros.
É muito interessante e gostosa a leitura, além de ser rápida. Para um estudante de Biblioteconomia (futuro bibliotecário renomado) e amante de livros e ficção, não poderia deixar de mencionar uma característica da linguagem, que é a função Metalinguística (linguagem falando sobre linguagem); aplicando ao livro, é o momento que podemos constar que é apresentado/citado outros livros, e bibliotecas, linhas de conhecimento especificas aplicados em uma biblioteca. O que tenho que admitir, foi uma coisa maravilhosa para mim. A parte mais linda que já vi na história.

Indico essa postagem sobre 13 porquês para ler Desventuras em Série, do site Escrever e Ler.
Achei muito legal e criativo.


PERSONAGENS

Violet Baudelaire
a mais velha dos três, gostava de atirar pedras bem longe para vê-las deslizar na superfície do mar antes de afundarem. Como a maioria dos jovens de catorze anos, era destra [...] p. 11
Quem conhecesse bem Violet logo perceberia que ela estava concentrada em suas reflexões, porque havia amarrado os cabelos com uma fita para afastá-los dos olhos. Violet tinha uma forte inclinação para inventar e montar aparelhos estranhos, por isso o seu cérebro volta e meia se via tomado por imagens de roldanas, alavancas e engrenagens, e ela fazia questão de nessas horas não ser distraída por algo tão banal como seus cabelos. p. 11
Klaus Baudelaire
o irmão do meio, e o único menino, gostava de examinar os seres minúsculos que pululavam nas piscininhas formadas à beira d’água. Klaus tinha pouco mais que doze anos e usava óculos, o que lhe dava um ar inteligente. E ele era inteligente. p. 11
Aos doze anos, é claro que Klaus  não poderia ter lido todos os livros da biblioteca dos Baudelaire, mas lera uma porção deles, e era impressionante como retinha na memória a quantidade de informações assim obtidas. p. 12
Sunny Baudelaire
a mais nova da trinca, gostava de morder coisas. Era ainda quase um bebê e muito pequena para sua idade, pouco maior que uma bota. A pouca altura era compensada, no entanto, pelos quatro dentes bem grandes e afiados. p. 12 
Sr. Poe
era uma amigo do sr. e sra. Baudelaire que as crianças haviam encontrado em muitos jantares festivos. p. 14
[...] ele estava sempre resfriado e constantemente se desculpava de se retira da mesa a fim de ter um acesso de tosse na sala ao lado. p. 14
O sr. Poe raras vezes estava em casa, porque ficava muito ocupado cuidando dos interesses do Baudelaire, e quando estava, tossia tanto que mal conseguia manter uma conversa. p. 20
Edgar Poe & Alberto Poe
[...] dois filhos de Poe (..) eram meninos barulhentos, agitados, muito antipáticos, com quem os Baudelaire tiveram que partilhar um quarto minúsculo em que predominava um cheiro de flor dos mais enjoativos. p. 20
Juíza Strauss / Justice Strauss
Diante da entrada da casa, com uma das mãos segurando a reluzente maçaneta de metal da porta, uma senhora de certa idade, elegantemente vestida, sorria para os Baudelaire. Na outra mão tinha um vaso de flores. p. 25
[...] Sou Justice Strauss.- Um prenome meio fora do comum – observou Klaus.- É meu título – ela explicou – não meu prenome. Sou Juíza na Suprema Corte. p. 26 
Conde Olaf
Ele é primo em terceiro ou quarto grau de vocês. Não é o seu parente mais próximo na árvore genealógica, mas é o mais próximo geograficamente. p. 22
Ele era alto e muito magro, e vestia um terno cinzento com várias manchas escuras. O rosto estava sem barbear e, no lugar das duas sobrancelhas que a maioria dos seres humanos possuía, tinha uma única, bem comprida. Seus olhos brilhavam intensamente, o que lhe dava uma aparência de faminto e de zangado ao mesmo tempo. p. 28

CARTA AO EDITOR
Ao meu amável Editor,
 Escrevo-lhe da sede londrina da Sociedade Herpetológica, onde estou tentando descobrir o que aconteceu com a coleção de repteis do dr. Montgomery Montgomery após os trágicos acontecimentos ocorridos quando os órfãos Baudelaire se achavam sob sua guarda.
Um de meus colegas porá uma pequena caixa à prova d’água na cabine telefônica do Hotel Elektra às onze da noite, na próxima terça-feira. Retire-a, por favor, antes da meia-noite, para evitar que caía em mãos erradas. Na caixa encontrará minha descrição desses terríveis acontecimentos, intitulada A sala dos repteis, bem como um mapa do Mau caminho, uma Zumbis na neve e a receita do dr. Montgomery para o bolo com creme de coco. Consegui também localizar um dos poucos retratos do dr. Lucafont, para servir de ajuda às ilustrações do sr. Helquist.
Lembre-se, o senhor é minha última esperança de que as histórias dos órfãos Baudelaire sejam finalmente contadas ao grande público.
Sobre o Autor:
Pseudônimo do escritor Daniel J. Handler, tornou-se um fenômeno editorial em todo o mundo. Nasceu em 28 de fevereiro 1970, em San Francisco, EUA, onde mora até hoje. É casado com Lis Brown, artista gráfica que conheceu na universidade, e tem um filho chamado Otto Handler. Integra uma banda chamada Magnetic Fields. Ele é escritor e cineasta americano, formado pela Universidade Wesleyan, em 1992, no estado de Connecticut.

Fontes: Wikipédia; Skoob; Companhia das Letras; Lemony Snicket

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Vocabulário de Palavras e Expressões - Baudelaire (part I)


Como já havia prometido nas primeiras postagens sobre as Desventuras dos Baudelaire filhos. Apresento a você, leitor, um vocabulário construído a partir das definições de palavras e expressões apresentadas por nada mais nada menos que: Violet, Klaus e Sunny (apesar de apenas falar palavras de bebê), além de outros personagens.

A organização será primeiramente por Livro, seguida de ordem alfabética. É descrito o número da página que pode ser encontrada a palavra/expressão se quiser confirmar.

Livro um: Mau Começo

Apurados(as) - A palavra apurados aqui significa “habilidosos”. p. 111

“Completo pandemônio” - Expressão que aqui quer dizer “lugar em que atores e auxiliarem de cena correm em todas as direções para resolver detalhes de última hora”. p. 127

Coquetéis molotov - São pequenas bombas preparadas dentro de garrafas. p. 119

Violet Baudelaire, do filme Desventura em Série.
Fonte: DeathBattleFanon
“De absoluta determinação” - Aqui significa “que não dava margem a dúvidas quanto à urgência dos jovens Baudelaire irem para a rua”. p. 24

Destra(o) - Ou seja, estava acostumada a usar a mão direita, ao contrário dos canhotos. p. 11

“Dormindo de modo descontínuo” - Expressão que aqui significa “mexendo-se e virando-se com muita frequência. p. 88

Escaldada(o) - A palavra escaldada que estou usando aqui significa “cozida”. p. 20

Incentivo - A palavra incentivo aqui quer dizer “recompensa oferecida a alguém para que faça algo que não quer fazer” p. 78

"In loco parentis" - Significa “assumindo o papel dos pais”. p. 64

Insípida(o) - A palavra insípida aqui quer dizer “chata e boba”. p. 130

Violet Baudelaire, da série da Netflix, Desventuras em Série.
Fonte: Hogwarts is here
Literal e figurado - Se alguma coisa acontece no sentido literal, acontece de verdade, se acontece no sentido figurado, dá a impressão de estar acontecendo. p. 66

Nupcial - A palavra nupcial (...) significa “relativo a casamento”. p. 90

“O rumo que sua vida ia tomando era uma aberração” - Frase que aqui quer dizer “não tinha o menor sentido e traria muito desgosto”. p. 148.

Precário(a) - A palavra precário, que vocês provavelmente conhecem, está sendo usada aqui com o sentido de “inseguro”. p. 10

“Quebrem a perna” - É uma expressão que se sua em teatro (...) com o sentido de “boa sorte no espetáculo desta noite!” p. 128

“Reconhecimento do local” - “reconhecimento do local” consiste em observar determinado lugar com o objetivo de traçar um plano. p. 105

Repulsa - Palavra que aqui está usada no sentido de “mistura desagradável de horror e aversão”. p. 51

Reservado(a) - Significa “relutante em se relacionar com os outros”. p. 71

“Sorriso oblíquo” - Expressão que aqui significa “sorriu de maneira inamistosa e afetada”. p. 89

Polígamos - Polígamos são pessoas que casam com mais de uma pessoa. p. 120


Aguardem o próximo Vocabulário Baudelaire.

Saraiva.

quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Fore-Edge Painting (Arte nas bordas) - A colina escarlate (2015)


Como você já sabe o blog trás além de resenhas e críticas de filmes e livros, apresento também um olhar crítico para informações/curiosidades que são apresentados nas páginas ou nas telas que muitos dos bibliófilos e cinéfilos podem não saber a origem, o significado.

Dei início falando sobre o Fonógrafo, de Thomas Edison, apresentado no filme "A Colina Escarlate". Agora, do mesmo filme, apresento as "Ilustrações de Bordas" ou "Fore-edge Painting", para os bilíngues. Espero que gostem e vocês podem conferir a resenha do filme clicando na imagem abaixo.



ILUSTRAÇÕES SECRETAS

Os famosos desenhos escondidos em cada página de um livro, é realizado através da técnica denominada fore-edge painting, que teve sus primeiras pinceladas por volta do século 10, mas foi aperfeiçoada em meados do século 17 ou 18.

Fonte: Talas
São realmente pequenas obras de arte magnificas que até hoje são realizadas, levando em conta a natureza e cenas bíblicas como tema dos desenhos. Quando pensamos que os livros apenas nos proporcionam um texto, palavras, acabamos por nos deparar com esse mistério que nos intriga e fascina.

Na Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, sob responsabilidade de Colleen Theisen, estão as obras de Robert Mudie, que traz em seus livros algumas dessas pequenas obras, retratando por exemplo, as quatros estações e o céu e o inferno.

Como dito, hoje ainda é utilizado dessa técnica nos livros; o artista Martin Frost é um dos mais conhecidos e famosos.

Vocês podem acompanhar o trabalho de Collen Theiser pelo twiter e pelo tumblr, assim como o artista Martin Frost.

Pode ser visto no vídeo uma das ilustrações que estão aos cuidados de Colleen Theisen, na Universiade de Iowa, EUA.

Texto baseado em "As pinturas de borda e os segredos dos Livros", do blogger Joaquim - Livraria e Sebo.


No site da Talas você pode conferir fotos incríveis sobre o processo de produção do fore-edge painting com o próprio Martin Frost.

Podem consultar o site do Martin Frost e saber mais sobre esse grande artista e sua arte.

Fonógrafo, de Thomas Edison - A Colina Escarlate (2015)


Como não posso falar somente de livros e filmes, pois sou um geminiano nascido da mente de Zeus, assim como Atena, e curiosidade é minha sede por sabedoria, apresento uma sessão nova baseado em curiosidades que são apresentados nos livros e filmes aqui descritos.

Para dar início, vamos falar das curiosidades do filme "A Colina Escarlate", que apresentou nada mais nada menos que uma belíssima biblioteca de dar inveja a qualquer bibliófilo, além é claro de nos apresentar o "Fonógrafo e os Rolos de Cera" e as "Ilustrações de bordas - Fore-Edge Paiting".

Aqui vou apresentar a grande invenção de Thomas Edison, o fonógrafo, mas se quiserem conferir a resenha do filme, basta clicar na imagem abaixo.


FONÓGRAFO


Fonógrafo.
Fonte: Wikiwand
É apresentado no filme uma caixa contendo alguns cilindros de cera e um fonógrafo usado por Edith.

O fonógrafo é invenção do americano Thomas Alva Edison, que aprimorou a ideia de Leon Scott. Charles Cros apresentou um projeto anteriormente ao de Thomas Edison, mas Edison ficou com a patente da máquina, quando o inventor conseguiu reproduzir o som gravado nos cilindros.

O fonógrafo funcionava com um cilindro que girava em torno de seu próprio eixo, sendo acionado através de uma manivela de progressão axial por sistema de parafuso. E sua primeira gravação foi do poema, de Sarah Josepha Hale, "Mary had a little lamb" (Mary tinha um cordeirinho). 

Mary had a little lamb,

Thomas Edison.
Fonte: Histórias com história
Little lamb, little lamb.
Mary had a little lamb,
Its fleece was white as snow.
And ev'ry where that Mary went,

Mary went, Mary went.
Evrywhere that Mary went,
The lamb was sure to go.
It followed her to school one day,

School one day, school one day.
It followed her to school one day,
Which was against the rule.
It made the children laugh and play,

Laugh and play, laugh and play.
It made the children laugh and play,
To see a lamb at school.
So the teacher turned him out,

turned him out, turned him out.
So the teacher turned him out,
And sent him straight away.


Rolo de Cera.
Fonte: Histórias com história
A duração de um cilindro girava em torno de 1 minuto, e podia ser reaproveitado 3 ou 4 vezes e apresentava um mau som na reprodução, infelizmente.

A invenção de ThomaS Edison abriu as portas da imaginação para outras grandes invenções, como o próprio Gramafone que seria um Fonógrafo 2.0, além do Telegraphone.

Texto baseado em Do rolo de cera ao vinil, da A Minha Rádio.