E vamos tomar um café de filme...
O filme da vez é mais uma grande produção de Guillermo del Toro (Não, não vou escrever apenas sobre ele, mas não tenho culpa se o cara sabe o que faz).
Esse é mais um nas minhas listas "Contos de fada nada tradicionais" e "Filmes que todos tem que assistir, porquê sim!"
Já havia assistido anteriormente, logo no ano em que estreou (2015), entretanto, pus me a assistir novamente, até mesmo porque incorporei o filme a minha coleção de Dvds e como já havia falado da mais recente produção de del Toro, "The Shape of Water".
Sem mais delongas e blá blá blá.... o filme da vez é "A Colina Escarlate".
"As coisas bonitas são frágeis." (Lucille Sharpe, Crimson Peak, 2015)
Título (BRA): A colina escarlate
Título (Original): Crimson PeakPaís de produção: Canadá, EUA
Estreia: 15 de outubro de 2015 (BRA); 16 de outubro de 2015 (Mundial)
Direção: Guillermo del Toro
Produção: Guillermo del Toro; Thomas Tull; Callum Greene; Jon Jashni
Escrito por: Guillermo del Toro; Matthew Robbins
Classificação Etária: Não recomendado para menores de 16 anos
Gênero: Fantasia, Drama, Terror
Duração: 119 min, Color.; Son.
Classificação - CDD: 778.5 (Filme cinematográfico)
Nota: 9/10
Curiosidades: Duas curiosidades que eu, como aluno de Biblioteconomia, achei bem interessante destacar (já que esse é um dos intuitos do blogger) são: as Ilustrações de Bordas que Lucille apresenta para Edith, na biblioteca, e os rolos de cera gravados que Edith encontra no armário de toalhas. São duas especialidades que datam aproximadamente o século XVII ao século XIX. Podem conferir mais informações sobre as duas no link: Fonógrafo e Fore-edge painting.
A Colina Escarlate conta a história de Edith, uma jovem criança que perdeu a mãe muito jovem, mas desde o velório recebe a visita do fantasma dela. Visitas que não são nada sutis e agradáveis. Visitas que trazem apenas um recado de aviso em relação a Colina Escarlate, mas como não tem muitos dados na mensagem, fica uma informação incompleta e não entendemos, o que dirá a garotinha, a mensagem.
Fantasmas existem. Disso eu sei. Certas coisas os prendem a um lugar... do mesmo jeito que nos prendem também. Alguns se mantem apegados a um pedaço de terra. Um dia e hora. O jorro do sangue. Um crime hediondo. Mas há outros... que se apegam a uma emoção. Um propósito. Uma perda. Uma vingança. Ou um amor. Esses... nunca vão embora. (Crimson Peak, 2015)
Edith cresce e torna se uma jovem donzela muito bonita e atraente, além de muito esperta e inteligente, motivo pelo qual seu amigo e médico, Dr. Alan McMichael, acaba se apaixonando por ela e nutrindo esse sentimento ao longo do filme.
Edith sonha em ser uma escritora (e vamos falar de histórias dentro de uma história), entretanto, tendo em mente a época (vitoriana*) onde o enredo se passa, sabemos, graças as aulas de História, que nessa época a mulher não era vista como uma "pessoa de negócios", logo, ou ela virava dona de casa, ou trabalhava mais em profissões ditas como "femininas" (secretária do lar ou do escritório). O mesmo servia para Edith, que não tinha, além de seu pai, muitos incentivos para seguir como escritora.
- Sempre fecho os olhos quando não fico à vontade . Facilita tudo. - Eu não quero fecha-los. Quero mante-los abertos. (Crimson Peak, 2015)
Mesmo após sua história não ser aceita pelo jornal local, Edith não desiste de publicar sua história. Nesse momento, ela conhece o jovem Thomas Sharpe (Baronete de Allerdale Hall), que se encanta pela adorável Edith e por sua história de fantasma.
Esse encontro de Edith e Thomas, dá-se início a um série de pequenos acontecimentos, interligados, que me ateio a não continuar a relatar na descrição, pois é aqui que o filme realmente começa, a história se inicia e o suspense inicia para o ápice.
Particularmente, até eu assisti o filme e redigir esse post eu não cheguei a ler o livro, mas pretendo, e desejo fazer um relação da obra escrita com a adaptação para o cinema. Mia Wasikowska, está perfeitamente bem como Edith, assim como ela foi brilhante como Alice nos dois filmes da Franquia. A personagem que começa inocente e assustada, assumi aos poucos uma personalidade forte e implacável.
É absurdamente sentimental. O sofrimento descrito com tanta sinceridade! A dor, a perda. Não viveu nada disso. Leu de outros autores. (Thomas Sharpe, A colina escarlate, 2015)
Pode ser observado nessa evolução de Edith a passagem da menina para mulher. Que perde sua inocência para conhecer a brutalidade e a veracidade da vida humana, e como os homens podem agir uns com os outros em determinados momentos.
Tom Hiddleston, nosso querido Loki (da Franquia dos filmes dos Vingadores e Thor), diferente do personagem anterior, assume uma interpretação mais séria e sombria, que é pedido no filme de drama e suspense. Como Thomas Sharpe, analisamos no personagem a infância sofrida e traumatizada de uma criança refletida no homem que se tornou, e nem sempre os resultados são bons para o individuo e/ou para a sociedade.
Há alguma coisa nele que não gosto. O que é? Eu não sei. E não gosto de não saber. (Carter Cushing, Crimson Peak, 2015)
Com Guillermo del Toro na produção e direção do enredo o resultado não poderia ser melhor. Em alguns efeitos gráficos e especiais (que foram poucos, já que o filme conta muito com a praticidade do que pode ser feito na hora e sem tecnologia), voltados para os fantasmas das ex-esposas, ficou a desejar, mas Javier Botet, o mesmo interprete de Mama (2013), foi excelente em sua performance e atuação, dando uma vida e graça (medo e terror) aos nossos fantasmas escarlates. Mas como eu adoro tudo o que é feito pelo del Toro, fica meio suspeito criticar o filme (kkk).
Sem dúvida o filme é um deleite para os fãs do diretor e do gênero. Cada detalhe empregado nas cenas e de fazer assistirmos de novo, e de novo, e novamente.
ELENCO
- Charlie Hunnam, como Dr. Alan McMichael;
- Mia Wasikowska, como Edith Cushing [mesma atriz de "Alice no país das maravilhas" (2010) e "Alice através do espelho" (2016) nos remakes];
- Jim Beaver, como Carter Cushing;
- Javier Botet, como os fantasmas: Enola, Margaret e Pamela;
- Jessica Chastair, como Lucille Sharpe;
- Tom Hiddleston, como Thomas Sharpe [mesmo magnífico ator que deu vida e sarcasmo ao personagem Loki na franquia "Thor" (2011) e "Vingadores" (2012)];
- William Healy, como o jovem Alan;
- Sofia Wells, como a jovem Edith;
- Bruce Gray, como Ferguson;
- Burn Gorman, como Holly.
DISCOGRAFIA
por Fernando Velázquez:
- Edith's Theme;
- My mother's funeral;
- Bufalo;
- After the ghost;
- Soft hands;
- McMichael;
- Valse sur une berceuse anglaise;
*Época Vitoriana: período no qual a Rainha Vitória reinou sobre a Inglaterra, no século XIX, durante 63 anos, de junho de 1837, a janeiro de 1901. (Fonte: Infoescola)
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