sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Desventuras em Série - Mau Começo (2001)

Desventuras em Série... lembro que o meu primeiro contato com essa obra maravilhosa, foi a adaptação cinematográfica de 2004, com a participação do excelentíssimo Jim Carrey como Conde Olaf e entre outros atores, que prefiro me privar dos comentários agora, para o momento em que falar do filme em si.

Fonte: Saraiva
Título (BRA): Mau Começo, Desventuras em Série. 
Título (Original): The Bad Beginning.
País de Produção: Norte-americano.
Autor: Lemony Snicket.
ISBN: 978-85-359-0094-1; 978-85-359-1972-1 (coleção).
Dimensão: 12,5 cm x 18,5 cm.
Páginas: 148 p.
Class. CDD: 813 - Ficção americana.
Cutter: S672.
Referência: Snicket, Lemony. Desventuras em Série: mau começo. Ilustração de Brett Helquist; Tradução de Carlos Sussekind. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2001.

Lido em: 11 dias.
Nota pessoal: 9/10.
Coleção/Série: Desventuras em Série (13 volumes).
Adaptações: A coleção possui um adaptação cinematográfica, de 2004, que retrata os três primeiros livros; uma série, da Netflix, com três temporadas que trabalha com todos os treze volumes.
Curiosidade: Tipos de Nós (baseado no nó Língua do Diabo apresentado no livro)
“Para Beatrice – querida, adorada, morta.”
Desventuras em série é uma coleção composta por 13 volumes, uma mais interessante que o outro. Escrita por Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel J. Handler), que nos proporciona uma aventura (ou desventuras) muito surreais e inimagináveis. A leitura é voltada para um público infantil, mas que acaba seduzindo muitos adolescentes e o que dirá adultos, tendo essa atmosfera de suspense e drama, envolvendo nada mais nada menos que três crianças órfãs.

O volume um da coleção apresenta os jovens Baudelaire e o intrigante incêndio que matou os Baudelaire pais, tornando as crianças órfãs e ficando a cargo de um parente considerado “mais próximo” (genealógica ou geograficamente). No caso, a interpretação do “mais próximo” é feita de forma errônea por “geografia”. E os jovens Baudelaire acabam indo parar nas graças (“garras”) do adorável (“detestável”) Conde Olaf. De acordo com as informações coletadas, ele seria primo de terceiro ou quarto grau das crianças (primo de segundo grau já não é tão parente assim, o que dirá de terceiro ou quarto).
Há muitos tipos de livros no mundo, o que faz sentido, porque há muitos e muitos tipos de pessoas, e os gostos são diferentes. p. 78
Os órfãos Baudelaire vivem grandes aventuras (“desventuras”) nas mãos do Conde Olaf, mas com sua inteligência em inventar objetos, extrair informações dos livros e morder, as crianças conseguem sobreviver ao Conde, que está na mais do que interessado na grande fortuna deixada pelos Baudelaire pais. Até o momento que você descobre a verdadeira intenção do Conde Olaf pelos Baudelaire, você pode se perguntar: Mas porque ele quer tanto assim a fortuna das crianças? Quem incendiou a casa dos Baudelaire? De onde o Conde conhece a família Baudelaire? Quantos livros são mesmo? (kkkk)
Mas um tipo de livro que praticamente ninguém gosta de ler é um livro de direito. Os livros de direito têm fama de ser muito compridos, muito chatos e muito difíceis de ler. p. 78 (Menção a livros)
Como já mencionei, a leitura é voltada para o público infantil, entretanto, as críticas e o trato na personalidade dos personagens ao longo da história, faz pensar que, com um pouco de reflexão você percebe que Desventuras em Série não bem uma história de ninar, e sim uma história bem contemporânea e para os adultos lerem e refletirem sobre si e o mundo.

Dois dos pontos principais que o volume um trata de forma direta e explicita:
  • O fato de que as crianças nunca são ouvidas, e quando são, não consegue fazer com que os demais creiam em suas palavras; é incrível como o Conde Olaf consegue enganar tão fácil assim os adultos ao longo da história;
  • A justiça em muitos lugares do mundo, incluindo no nosso país (Brasil), é falha. A expressão “a justiça é cega” no ramo do direito, é aplicada de forma literal na narrativa. Todos parecem não enxergar as atrocidades cometidas pelo Vilão.
É obvio que é possível notar outras pequenas críticas na história e nos demais livros. Mas deixo aqui para que você descubra e reflita.

Duas características marcantes do modo como é escrito o livro, são:
  • O próprio autor, também, é um personagem, caracterizando uma narrativa em terceira pessoa (pelo menos é isso que lembro das aulas de português no ensino médio). Essa característica fica bem presente nos demais livros também;
  • Pelo fato dos personagens serem inteligentes e, o principal, Klaus Baudelaire ser um bibliófilo de carteirinha (pelo menos acho que é por esses motivos), ao longo da narrativa são apresentados momentos de definição de certas palavras ou expressões utilizadas por algum dos personagens. Fato que me deixou tão intrigante que anotei cada momento desse e pretendo apresenta-los, assim que terminar a leitura de todos os livros.
É muito interessante e gostosa a leitura, além de ser rápida. Para um estudante de Biblioteconomia (futuro bibliotecário renomado) e amante de livros e ficção, não poderia deixar de mencionar uma característica da linguagem, que é a função Metalinguística (linguagem falando sobre linguagem); aplicando ao livro, é o momento que podemos constar que é apresentado/citado outros livros, e bibliotecas, linhas de conhecimento especificas aplicados em uma biblioteca. O que tenho que admitir, foi uma coisa maravilhosa para mim. A parte mais linda que já vi na história.

Indico essa postagem sobre 13 porquês para ler Desventuras em Série, do site Escrever e Ler.
Achei muito legal e criativo.


PERSONAGENS

Violet Baudelaire
a mais velha dos três, gostava de atirar pedras bem longe para vê-las deslizar na superfície do mar antes de afundarem. Como a maioria dos jovens de catorze anos, era destra [...] p. 11
Quem conhecesse bem Violet logo perceberia que ela estava concentrada em suas reflexões, porque havia amarrado os cabelos com uma fita para afastá-los dos olhos. Violet tinha uma forte inclinação para inventar e montar aparelhos estranhos, por isso o seu cérebro volta e meia se via tomado por imagens de roldanas, alavancas e engrenagens, e ela fazia questão de nessas horas não ser distraída por algo tão banal como seus cabelos. p. 11
Klaus Baudelaire
o irmão do meio, e o único menino, gostava de examinar os seres minúsculos que pululavam nas piscininhas formadas à beira d’água. Klaus tinha pouco mais que doze anos e usava óculos, o que lhe dava um ar inteligente. E ele era inteligente. p. 11
Aos doze anos, é claro que Klaus  não poderia ter lido todos os livros da biblioteca dos Baudelaire, mas lera uma porção deles, e era impressionante como retinha na memória a quantidade de informações assim obtidas. p. 12
Sunny Baudelaire
a mais nova da trinca, gostava de morder coisas. Era ainda quase um bebê e muito pequena para sua idade, pouco maior que uma bota. A pouca altura era compensada, no entanto, pelos quatro dentes bem grandes e afiados. p. 12 
Sr. Poe
era uma amigo do sr. e sra. Baudelaire que as crianças haviam encontrado em muitos jantares festivos. p. 14
[...] ele estava sempre resfriado e constantemente se desculpava de se retira da mesa a fim de ter um acesso de tosse na sala ao lado. p. 14
O sr. Poe raras vezes estava em casa, porque ficava muito ocupado cuidando dos interesses do Baudelaire, e quando estava, tossia tanto que mal conseguia manter uma conversa. p. 20
Edgar Poe & Alberto Poe
[...] dois filhos de Poe (..) eram meninos barulhentos, agitados, muito antipáticos, com quem os Baudelaire tiveram que partilhar um quarto minúsculo em que predominava um cheiro de flor dos mais enjoativos. p. 20
Juíza Strauss / Justice Strauss
Diante da entrada da casa, com uma das mãos segurando a reluzente maçaneta de metal da porta, uma senhora de certa idade, elegantemente vestida, sorria para os Baudelaire. Na outra mão tinha um vaso de flores. p. 25
[...] Sou Justice Strauss.- Um prenome meio fora do comum – observou Klaus.- É meu título – ela explicou – não meu prenome. Sou Juíza na Suprema Corte. p. 26 
Conde Olaf
Ele é primo em terceiro ou quarto grau de vocês. Não é o seu parente mais próximo na árvore genealógica, mas é o mais próximo geograficamente. p. 22
Ele era alto e muito magro, e vestia um terno cinzento com várias manchas escuras. O rosto estava sem barbear e, no lugar das duas sobrancelhas que a maioria dos seres humanos possuía, tinha uma única, bem comprida. Seus olhos brilhavam intensamente, o que lhe dava uma aparência de faminto e de zangado ao mesmo tempo. p. 28

CARTA AO EDITOR
Ao meu amável Editor,
 Escrevo-lhe da sede londrina da Sociedade Herpetológica, onde estou tentando descobrir o que aconteceu com a coleção de repteis do dr. Montgomery Montgomery após os trágicos acontecimentos ocorridos quando os órfãos Baudelaire se achavam sob sua guarda.
Um de meus colegas porá uma pequena caixa à prova d’água na cabine telefônica do Hotel Elektra às onze da noite, na próxima terça-feira. Retire-a, por favor, antes da meia-noite, para evitar que caía em mãos erradas. Na caixa encontrará minha descrição desses terríveis acontecimentos, intitulada A sala dos repteis, bem como um mapa do Mau caminho, uma Zumbis na neve e a receita do dr. Montgomery para o bolo com creme de coco. Consegui também localizar um dos poucos retratos do dr. Lucafont, para servir de ajuda às ilustrações do sr. Helquist.
Lembre-se, o senhor é minha última esperança de que as histórias dos órfãos Baudelaire sejam finalmente contadas ao grande público.
Sobre o Autor:
Pseudônimo do escritor Daniel J. Handler, tornou-se um fenômeno editorial em todo o mundo. Nasceu em 28 de fevereiro 1970, em San Francisco, EUA, onde mora até hoje. É casado com Lis Brown, artista gráfica que conheceu na universidade, e tem um filho chamado Otto Handler. Integra uma banda chamada Magnetic Fields. Ele é escritor e cineasta americano, formado pela Universidade Wesleyan, em 1992, no estado de Connecticut.

Fontes: Wikipédia; Skoob; Companhia das Letras; Lemony Snicket

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