segunda-feira, 29 de janeiro de 2018

Índice de Filmes já postados...



A
B
C

Colina escarlate - Crimson Peak, A

D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
N

Naomi & Ely e a lista de não-beijos

Índice de Séries já postadas...



A

B

C

D

E

F

G

H

I

J

K

L

M

N

O

P

Q

R


S

T

U

V

W

X

Y

Z


Índice de Livros já postados...


A
B
C

Cartas de Amor aos Mortos

D

Desventuras em Série - Mau começo
Desventuras em Série - A Sala dos répteis
Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas

E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O

O leitor do trem das 6h27
Os miseráveis - Editora Moderna

P
Q
R
S
T
U
V
W
X
Y
Z

Os Miseráveis, de Victor Hugo (adaptação de Walcyr Carrasco)


Falando em clássicos... No meu quinto semestre do curso de Biblioteconomia, tive uma disciplina denominada Panorama Histórico da Literatura, onde era lecionado conhecimento básico de literatura, escolas literárias, grandes clássicos e etc... Uma das avaliações requeria a apresentação, indicação, de um clássico literário e era exigido que apresentássemos a obra como um todo, autoria, sinopse, personagens, citações, que tipo de escola literária era empregada e blábláblá.

Ordem recebida, e ordem cumprida. Minha escolha foi pela obra de Victor Hugo, "Os miseráveis", clássico da literatura francesa que aborda uma época histórica para o país.

A obra escolhida é uma segunda edição, 2012, da editora Moderna, de autoria de Victor Hugo, e tradução e adaptação de Walcyr Carrasco, pertencente à série “Clássicos Universais”. Possui comentários da crítica literária Marisa Lajolo acerca da obra de Victor Hugo e da tradução e adaptação por Walcyr Carrasco, além de ter pesquisado e estudado uma linha do tempo da obra literária mencionada.





Título: Os miseráveis.
Título original: Les miserables.
Autor: Victor Hugo; tradução e adaptação Walcyr Carrasco.
ISBN: 978-85-16-07973-4.
Dimensão: 16cm x 23cm, 216 p.
Classificação: 823 - Literatura francesa.
Cutter: C313m.
Referência: CARRASCO, Walcyr. Os miseráveis. 2. ed., rev. São Paulo: Moderna, 2012. 214 p., il. col., 23 cm. (Biblioteca Walcyr Carrasco. Clássicos universais). ISBN 9788516079734 (broch.).


Lido em: oito dias.
Nota: 9/10
Adaptação: Sim, teve uma adaptação cinematográfica, em 1985 dirigido por Richard Boleslawski; em 1998 dirigido por Bille August; em 01 de fevereiro de 2013, na direção de Tom Hopper.


A sinopse apresentada e dedicada ao livro (tradução e adaptação de Walcyr Carrasco) foi retirada do site do Skoob (rede social para leitores):

“Após cumprir pena de trabalhos forçados por quase vinte anos, Jean Valjean é posto em liberdade. Seu coração está cheio de ódio e rancor: pela injustiça que sofrera, pela família perdida após tantos anos, pelos sofrimentos passados, pela vida que teria pela frente como um ex-condenado das galés. Errante, sem ser aceito nenhum lugar, encontra abrigo na casa do bispo, que lhe oferece comida e pouso. Mas a amargura e a revolta que traz no coração fazem com que Jean Valjean não reconheça a generosidade recebida. Pelo contrário, rouba as pratarias pertencentes ao bispo! A partir desse acontecimento, Jean Valjean vai descobrir uma fé que julgava morta dentro dele, e qualidades que também desconhecia haver em si próprio. A luta do bem contra o mal, da generosidade contra a ambição, da solidariedade contra o egoísmo, do amor contra o ódio vai ser exposta em muitas faces, e a transformação dos sentimentos negativos em sentimentos generosos é o que vai reger a trama e conduzir o clássico romance do mestre Victor Hugo.”
"- Jean Valjean, meu irmão, lembre-se de que já não pertence ao mal, mas sim ao bem. É sua alma que acabo de comprar. Eu a furto dos maus pensamentos e do espírito da perdição para entregá-la a Deus." (Bispo Monsenhor Benvindo, p. 62)
A obra “Os miseráveis” (1862), de Victor Hugo, é um clássico francês pós-renascença, que se deu a partir do século XVII através da difusão da imprensa e o aumento da produção literária.

É considerado um cânone literário por se tratar de uma obra que deixa marcas e uma posição na história, seja pela questão da estética do texto, ou seja, pela questão dos temas que são abordados, dessa forma tornando-se aptos para serem estudados. Segundo Ítalo Calvino (2007, p. 11-12), crítico literário, “os clássicos são livros que exercem uma influência particular quando se impõe como inesquecíveis e também se ocultam nas dobras da memória [...]”.
"Até esse momento, [...] não conhecera o amor. Nunca vivera uma paixão. Não se casara, nem tivera filhos. Era um solitário." (p. 125)
A história se passa entre o século XVII e XIX, no período da Revolução Francesa e da Batalha de Waterloo. Tem como personagem principal um ex-presidiário, Jean Valjean, que foi condenado pelo simples ato de roubar alimentos para dar de comer a sua família que vivia na miséria. Depois de passar quase 20 anos na cadeia, ele passa a carregar consigo a marca de um ladrão, e se vê em uma situação em que as pessoas não se dispõem a ajuda-lo devido o seu passado. Entretanto, Valjean encontra ajuda e abrigo com um bispo que mesmo após o incidente do furto de dois candelabros de prata, trata-o com um gesto de bondade e amor, mudando, assim, a vida de Jean Valjean.
"- Vou partir. Lembrem-se de mim de vez em quando. Amem-se sempre, um ao outro. É o melhor que podemos dar e receber neste mundo: o amor! Não sei o que tenho, parece que vejo uma luz! Cheguem mais perto. Morro feliz! Aproximem suas queridas cabeças, para que eu ponhas as mãos em cima delas!" (Jean Valjean, p. 206)
Mudando de um homem frio, sofrido e duro, passa a exercer a mesma bondade que recebeu do bispo, procurando ajudar a quem precisasse. Desse modo, ele acaba conhecendo Fantine, uma moça que sofre da pobreza e das injustiças sociais, que acabou tendo que deixar sua única filha aos cuidados de desconhecidos. Jean se dispõe a trazer Cosette de volta para sua mãe, Fantine, mas devido algumas desventuras da história, Fantine não vem a falecer sem antes poder rever sua filha.
"Ele dorme. Embora a sorte lhe tenha sido adversa ele viveu. Morreu quando perdeu seu anjo; partiu com a mesma simplicidade com a chegada da noite após o dia." (p. 207)
Entretanto, Jean Valjean ainda decide cumprir sua promessa e resgatar a pobre Cosette dos maus tratos e do trabalho infantil/escravo que vivia com a família de desconhecido. Ao resgata-la, Cosette fica aos cuidados de Jean Valjean que acaba criando um sentimento de amor paterno pela menina e passa a dedicar toda sua vida a ela. 

Entre as idas e vindas, as dificuldades que Jean tinha para se ver livre da cadeia e não ser descoberto pela polícia, ele se esforça o possível para proporcionar uma vida feliz para Cosette. Quando a garota cresce, conhece pelas ruas da cidade um rapaz chamado Marius, estudante republicano (que tentava derrubar o regime do rei Luís Filipe I). E esse amor feroz e puro entre os dois é o início de várias reviravoltas e outros acontecimentos na história, envolvendo não somente os dois, mas outros personagens, como Épopine, o menino Gavroche e Javert.


PERSONAGENS 

Jean Valjean: nosso principal protagonista, que pode ser descrito no decorrer da história como três personagens diferentes, devido as circunstâncias e o destino 
[...] Tinha aparência assustadora. Seria difícil encontrar alguém com aspecto mais miserável. Era forte, de estatura mediana. Parecia ter de quarenta e cinco a cinquenta anos. Na cabeça, um boné com aba de couro. A camisa, de tecido grosseiro, mal fechada, deixava ver o peito cabeludo. Calças esfarrapadas. Sapatos sem meias. Nas costas, um volumoso saco de viagem de soldado. Trazia na mão um cajado de madeira, cheio de nós. Cabeça raspada e barba crescida. O suor e o pó da estrada tornavam sua aparência ainda pior. (p. 35)
Monsenhor Benvindo: a personificação da bondade, como a humanidade deveria ser
[...] Charles-François Myriel, o bispo, também era conhecido como Monsenhor Benvindo. Era um velhinho de 75 anos, de uma bondade e simplicidade cativantes. Filho de um nobre, durante a Revolução Francesa emigrara para a Itália. Na juventude, gostava de vida social. Mas, depois da Revolução, ao voltar à França, tornou-se padre. Seu amor pelos semelhantes demonstrava profunda vocação religiosa. Ao ser nomeado bispo da pequena cidade de Digne, espantou a todos quando se recusou a viver no suntuoso palácio episcopal. Ofereceu o palácio ao hospital. Foi morar com a irmã e uma criada fiel na casa acanhada onde antes funcionava o hospital. Era um homem para quem os ensinamentos cristãos de humildade e amor ao próximo não eram palavras ocas, mas normas de conduta que lhe davam, aliás, grande satisfação. Vivia modestamente, destinando grande parte de sua renda aos pobres. (p. 46)
Fantine: a eterna donzela, que daria sua vida pelo bem de sua filha
Vivia em Paris, nessa época, uma jovem costureira chamada Fantine. Era alegre e gostava de rir. Ao fazê-lo, mostrava seus magníficos dentes. Tinha longos cabelos loiros. Lábios rosados. Enfim, era linda. Teve um namorado. Mas ele a abandonou. Para o rapaz, Fantine foi só um aventura. Para ela, foi seu primeiro amor. A ele se entregou completamente. Do romance, nasceu uma menina: Cosette. (p. 72)
Casal Thérnadier: um repugnante casal de ratos, que onde viam uma oportunidade de dinheiro fácil, não importasse os meios, agarravam com unhas e dentes
A mulher tinha algo de selvagem. O marido, de velhaco. Tinha sido soldado. Pintara, ele mesmo, a tabuleta da porta, que fazia referência à Batalha de Waterloo, onde Napoleão perdera a guerra. Tinha duas filhas, como já sabemos. A mais velha chamava-se Épopine. A mais nova, Azelma. (p. 76)
Um homem com cerca de sessenta anos, barba grisalha, pequeno, magro, com aparência cruel e jeito de vigarista, fumava cachimbo. Uma mulher gorda estava agachada junto à lareira. (p. 145)
Javert: "a lei é dura, mais é a lei", dando referência a fala dos Caçadores de Sombras, de Cassandra Clare. Não tem melhor definição para o homem da justiça, o inspetor de polícia
[...] Tinha nariz achatado, lábios finos. Quando ria, o que era raro, parecia um tigre. Tinha um apego estrito à lei. Mostrava-se implacável no seu dever de policial. Seria capaz de denunciar o próprio pai ou a mãe. (p. 81)
Cosette: nossa doce e pura menina, que se aventura em um romance dos sonhos, após tantos desafios ao longo da infância
Aos oito anos, Cosette já havia sofrido tanto que às vezes parecia uma velha. Tinha uma mancha negra num dos olhos, causada por um murro dado pela senhora Thénardier. (p. 115)
Era uma menina feia. Magra. As mãos cheias de frieiras. Como sempre estava com frio, tinha o hábito de apertar os joelhos um contra o outro. Vestia-se com farrapos. O corpo estava cheio de manchas, resultado das pancadas que levava. Mais que tudo, transpirava medo. No fundo de seus olhos, antes belos, só havia terror. (p. 119)
Marius: o príncipe encantado sem seu cavalo branco, mais ainda príncipe
Marius estudava Direito. Como sempre vivera afastado do pai, não sofreu muito com sua morte. Julgava-se abandonado. (p. 137)
Épopine: nossa dama da plebe, que busca apenas ter seu amor correspondido, por alguém que já entregou seu amor e coração à outra; 
Era uma jovem magra, de aparência maltratada. Voz rouca. (p. 143)
Gavroche: o pequeno anjo, que a guerra levou; 
[...] Menino criado nas ruas, como já mencionado, Gavroche era filho do casal Thénardier. A mãe se interessava pelas filhas, mas pouca importância dava ao menino. Este fora para as ruas. Vivia de expedientes, incluindo pequenos roubos. Tinha um grande coração. Esperto, sabia encontrar onde se abrigar. Era capaz de gestos contraditórios, como roubar a carteira de um ladrão para deixar com um pobre velho sem recursos. Entusiasmado, tinha um espírito ardente e grande alegria de viver. (p. 175-176)

Sobre o autor:

Victor Hugo: nasceu em Besançon, França, em 1802. Considerado um dos maiores nomes da literatura mundial, foi porta-voz do movimento romântico e grande dramaturgo, ensaísta e poeta. Apaixonado, generoso, dedicado exaustivamente à arte de escrever, deixou uma obra colossal ao falecer, em 1885. Entre as que mais se destacam estão: "O Corcunda de Notre-Dame", "Os trabalhadores do mar" e "Cromwell". Em "Os miseráveis", o autor trata das questões morais e das injustiças sociais com tal maestria que ainda hoje é um dos romances mais lidos e adaptados para o cinema e para o teatro;

Walcyr Carrasco: nasceu em 1951, em Bernardino de Campos, SP. Escritor, cronista, dramaturgo e roteirista, publicou mais de trinta livros infantojuvenis ao longo da carreira, entre eles "O mistério da gruta", "Asas do Joel", "Irmão negro", "Estrelas Tortas" e "Vida de Droga". Fez também diversas traduções e adaptações de clássicos da literatura, como "A volta ao mundo em 80 dias", de Júlio Verne, e "Os miseráveis", de Victor Hugo, com o qual recebeu o prêmio Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil. "Pequenos delitos", "A senhora das velas" e "Anjo de quatro patas" são alguns de seus livros para adultos. Autor de novelas como "Xica da Silva", "O Cravo e a Rosa", "Chocolate com pimenta", "Alma gêmea" e "Caras e Bocas", é também premiado dramaturgo - recebeu o Prêmio Shell de 2003 pela peça "Êxtase". Em 2010 foi premiado pela União Brasileira dos Escritores pela tradução e adaptação de "A Megera Domada", de Shakespeare. É cronista de revistas semanais e membro da Academia Paulista de Letras, onde recebeu o título de Imortal.
Homepage: Walcyr Carrasco


domingo, 28 de janeiro de 2018

A Forma da Água (The Shape of Water), 2017

E o filme de hoje é mais um da série "Eu amo mitologia, misticismo e tudo o que há no imaginário humano".
The Shape of Water (A forma da água) é um filme que assim que vi sua divulgação, bateu a vontade de assistir, ainda mais sabendo que é um filho fruto da genialidade de Guillermo del Toro, mesmo produtor de "O Labirinto do Fauno" e "A Colina Escarlate".


REFERÊNCIA:
The Shape of Water. Direção: Guillermo del Toro. Vanessa Taylor Produção: Guillermo del Toro. Callum Greene. J. Miles Dale. Canadá, EUA: , 2017. 119 min. Son, color.

A história se passa na década de 1960, período histórico da Guerra Fria. Eliza Esposito (Sally Hawkins) que é mostrada como uma "princezinha sem voz", trabalha como faxineira em uma base secreta dos EUA. Em mais um dia comum na sua rotina casa-trabalho-casa, ela presencia a chegada de uma criatura para o laboratório aos cuidados do Dr. Hoffstetler (Michael Stuhlbarg).
"O tempo não é nada mais que um rio correndo pelo nosso passado." (The Shape of Water, 2017)
Essa criatura fica sob os métodos de interrogação do agente Strickland (Michael Sannon), o mesmo que o trouxe dos rios da América do Sul, com o intuito de saber sua origem e se há mais de sua espécie.
"Ele é uma aberração. Nem é humano. - Ele não fala... como eu. Ele usa gestos... como eu. O que eu sou então!?" (The Shape of Water, 2017)
Eliza acaba por se afeiçoar ao Experimento, vendo e sentindo o quanto são semelhantes e diferentes ao mesmo tempo. Ao saber que Strickland pretende matar o Experimento para mais detalhes de sua anatomia. Eliza se em um grande desafio que é salva-lo de dentro de uma base militar de alta segurança. Ela conta com a ajuda de amigos, Zelda (Octavia Spencer), sua colega de trabalho e interprete, e Gilles (Richard Jenkins), seu vizinho e narrador bissexto do conto.
"Quando ele olha pra mim... ele não me vê incompleta." (The Shape of Water, 2017)
O filme repassa uma mensagem contra a xenofobia, quanto entrelaça Eliza e o Experimento em um clímax romântico e erótico. Demonstrando também os pequenos dramas que os demais personagens passam, como o Gilles, um desenhista em busca de uma nova oportunidade para demonstrar sua arte, e Zelda, uma dona de casa que também trabalha na base militar e tem que aguentar um marido folgado e relaxado, além do preconceito indireto por ser negra e mulher.
"Você nunca saberá o quanto eu te amei. Você nunca saberá o quanto me importo. E mesmo se eu tentasse não conseguiria esconder meu amor por você. Você deveria saber, pois eu te disse..." (The Shape od Water, 2017)
The Shape of Water, devido as cenas explicitas de nudismo e erotismo, acaba sendo chamado de "Conto de Fada para Adultos". Não deixa de ser um conto e muito menos deixa de ser para adultos. O filme nos relembra "A Bela e a Fera" (Disney, 1991), onde temos a mocinha e a fera que se apaixonam e tentam ficar juntos a todo custo. Entretanto, não temos aqui uma jovem tão inocente assim, nem mesmo uma fera que é o vilão, mas temos outra figura bem interessante de se destacar, que é agente Strickland, que demonstra a figura machista e sádica de muitos na da época retratada na história. Um típico homem branco, machista e preconceituoso, que se vê superior a todas as demais etnias e espécies.
"Incapaz de definir a tua forma. Eu o vejo ao meu redor. Tua presença preenche meus olhos com o teu amor; acalantei-a meu coração. Pois Tu está em todos os lugares." (The Shape of Water, 2017)
Gosto dos filmes de Guillermo del Toro, por sempre retratar fantasia, contexto histórico e problemáticas sociais tão atuais quanto os recursos tecnológicos utilizados em seus filmes.

CLASSIFICAÇÃO - CDD: 778.5 (Filme cinematográfico)

DATA DE LANÇAMENTO: 08 de dezembro de 2017.
DATA DE LANÇAMENTO (BRA): 01 de fevereiro de 2018. 
NACIONALIDADE: Estados Unidos da América (EUA).
DURAÇÃO: 93 minutos.
FILME: Colorido; 
CLASSIFICAÇÃO: Não recomendado para menores de 16 anos.
GÊNERO: Fantasia. Drama.
NOTA: 9/10.
CURIOSIDADES: ganhador de dois globos de ouro; ganhador do Festival de Veneza 2017.

ELENCO:
  • Doug Jones - O experimento (o Homem-peixe);
  • Sally Hawkins - Elisa Esposito;
  • Michael Shannon - Policial Strickland;
  • Michael Stuhlbarg - Dr. Hoffstetler;
  • Octavia Spencer - Zelda;
  • Richard Jenkins - Gilles;
  • David Hewlett - Flenning;
  • Lauren Lee Smith - Elaine;
  • Nick Searcy - Coronel Hoyt;
  • Stewart Arnott - Bernard.
MÚSICA TEMA DO FILME:

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Valente (Brave), 2012

E vamos iniciar uma nova série, a "meninas/princesas no poder, SIM!". Quem disse que é preciso príncipe encantado montando um cavalo branco? Temos nossa princesa dos cachos de fogo, Merida em seu Shire negro, chamado Angus.

FICHA TÉCNICA

Título (BRA): Valente.
Título Original: Brave.
País de produção: Estados Unidos da América (EUA).
Estréia: 22 jun. 2012 (EUA); 20 jul. 2012 (BRA).
Direção: 
Empresa Produtora: Disney.
Idiomas: Inglês, Português.
Equipe realizadora: 
Classificação: Livre.
Gênero: Aventura. Animação.
Duração: 93 min.
Class. CDD: 778.534 (Animação - Cinematografia)
Referência: Valente. Direção: Mark Andrews. Brendan Chapman. Produção: Katherine Sarafian.Califórnia. Trilha Sonora: Patrick Doyle. Califórnia, EUA: Pixar Animation Studios; Walt Disney Pictures, 2012. 93 min. Son, color. (1 DVD).
Nota Pessoal:

Possui SELEÇÃO DE CENAS e,
BÔNUS ESPECIAIS:
  • A lenda de Mor'Du;
  • Comentários em áudio.

Valente, antes de mais nada, deveria ser um filme, além de animação, também de comédia, mas não foi um filme produzido dessa forma, ou não conseguiram alcançar o humor necessário. Mas sim, há alguns lapsos humorísticos no enredo. A produção foi realizada pela Disney + Pixar, logo esperamos muita qualidade no filme.

À Pixar, agradecemos pelos seus belíssimos gráficos que nos proporcionam esse show de visualização e perfeccionismo em cada detalhe. E a Disney, não podia faltar sua participação com suas memoráveis lições de morais, que sempre, e sempre mesmo, estão presente em seus filmes. (Assistam e saberão qual foi a Lição da vez aprendida).

Quando chegamos na parte "interessante" do filme, podemos, nitidamente, relembrar as cenas do filme "Irmão Urso" (Disney, 2003). Nas cenas onde Merida e Rainha Elinor... (assistam o filme, porque não posso dar spoiler pra quem ainda não viu - kkk).


Sem mais delongas...

Valente conta a história de um jovem princesa, que possui uma grande habilidade em montaria e arco e flecha. Seu nome é Merida, princesa e herdeira do Clã Dunbroch.

Por ser a sucessora na liderança dos quatros clãs mais fortes da Terra Alta, Merida é obrigada, por seus pais, à um casamento com um dos filhos dos Lordes dos demais clãs (MacGuffin, Macintosh e Dingwall). Entretanto, nossa princesa não pretende seguir as ordens de seus pais, Rei Fergus e Rainha Elinor, pois ela não quer seguir escolhas que não tenham sido tomadas por ela mesma, e pretende demostrar que é forte o suficiente para liderar os Clãs.

Perdida, confusa e sem saber o que fazer, Merida foge para a floresta e encontra a cabana de uma Bruxa (carpinteira) e vai explora-lá. Não vendo outra saída e sabendo das consequências do pedido, já informado pela Bruxa, Merida compra um feitiço que mude sua mãe, mude sua ideia de casamento forçado para obter a paz entre os clãs.

Infelizmente, Merida não sabia muito bem qual era a peculiaridade da Bruxa, e os efeitos e as consequências do feitiço não são os melhores. Com isso, Merida acaba por passar um tempo mais próxima de sua mãe, que mesmo em seu estado pós-feitiço, também acaba conhecendo mais a filha e repensando suas escolhas.

O toque de humor é garantido pelos irmãos de Merida, os trigêmeos: Hamish, Harris e Hubert, que aprontam muitas e boas travessuras pelo castelo, assustando a babá Maudie, seu pai e os lordes dos clãs.

A história termina... com uma lição de moral que você deverá assistir para saber como foi o fim.




INTERPRETES - Voz original (EUA) - Dublagem (BRA)
  • Merida: Kelly Mac Donald - Luisa Palomanes;
  • Rei Fergus: Billy Connolly - Luiz Carlos Persy;
  • Rainha Elinor: Emma Thompson - Mabel Cezar;
  • Bruxa: Julie Walters - Carmen Sheila;
  • Lorde Dingwall: Robbie Coltraine - Rodrigo Lombardi;
  • Lorde MacGuffin: Kevin McKidd - Luciano Szafir;
  • Lorde Macintosh: Graig Fergunson - Murilo Rosa;
  • Wee Dingwall: Callum O'neil - Charles Emmanuel;
  • Jovem MacGuffin: Kevin McKidd - Sérgio Cantú;
  • Jovem Macintosh: Steven Cree - Wagner Follare;
  • Jovem Merida: Peigi Barker - Fernanda Ribeiro;
  • Maudie: Sally Kinghrn e Eilidh Fraser - Márcia Morelli;
  • Corvo: Steve Purcell - Sérgio Stern;
  • Martin: Patrick Doyle - Carlos Seidi;
  • Gordon: John Ratzenberger - Reinaldo Pimenta.


sábado, 13 de janeiro de 2018

Cartas de Amor aos Mortos (2014)


Se eu me lembro bem, esse é um dos livros "comprei pela capa, mas não me arrependi". Hão de concordar comigo que a capa é simples, porém chamativa: um céu crepuscular se mesclando com o céu noturno <3

Sem falar que pelo título tirei uma ideia precipitada do livro, e como diriam meus professores do curso de Biblioteconomia "o título quase nunca remete ao conteúdo do livro". Mas... confere aí o Cartas de Amor aos Mortos.

O próprio Stephen Chbosky (autor de As vantagens de ser invisível, livro que ainda vou referenciar aqui) dá seu elogio para o "Cartas..."




Título (BRA): Cartas de amor aos mortos.
Título (Original): Love letters to the dead.
País de produção: Estados Unidos (EUA)
Autora: Ava Dellaira.
ISBN: 978-85-65765-41-1
Dimensão: 23 cm x 16 cm.
Class. CDD: 823 - Literatura inglesa.
Cutter: G134m.
Referência: DELLAIRA, Ava. Cartas de amor aos mortos. São Paulo/SP: Seguinte, 2014. 337 p. Tradução de Alyne Azuma.

Lido em: 9 dias.
Nota: 8 (oito).
E-book: disponível pela LeLivros (basta clica e ser redirecionado para a página do livro no site).



O livro Cartas de Amor aos Mortos traz consigo uma cativante história sobre perdas, aceitação, superação e alto confiança.

Tantos sentimentos são vividos por Laurel, uma jovem que acaba de perder a irmã mais velha e tem que enfrentar a separação dos pais. Muda de escola e vive uma semana com a tia e uma semana com o pai; a mãe, infelizmente viajou para longe (Califórnia) mas ainda mantêm um certo contato com Laurel.
"Eu gostaria que você pudesse me dizer onde está agora. Sei que está morta, mas acho que tem alguma coisa da gente que não desaparece simplesmente. Está escuro lá fora. E você está lá. Em algum lugar. Eu te deixaria entrar aqui." (p. 16)
Laurel, passa por um período de culpa após a perda da irmã. Perda e não aceitação pela condição em que se encontra, sem a irmã, sem a mãe...

Se não bastasse a confusão familiar que a jovem enfrenta, ainda tem que conciliar com a vida escolar. É seu último ano letivo e justamente em uma nova escola (sem amigossss). Tem que conhecer novas pessoas, novos amigos, estudar e passar de ano, mesmo com todos os eventos que já aconteceram... um ponto positivo disso? Os outros alunos não sabem de sua recente perda e sua professora concorda em não contar nada sobre sua irmã, May.
"A arte de perder não é nenhum mistério; tantas coisas contêm em si o acidente de perdê-las, que perder não é nada disso. [...] Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero, a chave perdida, a hora gasta bestamente. A arte de perder não é nenhum mistério. Depois perca mais rápido, com mais critério: lugares, nomes, a escala subsequente da viagem não feita. Nada disso é sério. Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero lembrar a perda de três casas excelentes. A arte de perder não é nenhum mistério. [...]" (p. 17 - 18)
Durante uma aula de inglês onde é exigido que os alunos escrevam uma carta, Laurel tem a brilhante ideia de escrever para um famoso cantor já falecido, e essa atitude despertar na jovem uma vontade de escrever mais e mais cartas para, e assim é feito. Laurel enche um caderno com cartas destinadas a famosos estrelas da música e do cinema, como Kurt Cobain, Amy Winehouse, Amelia Earhart (pioneira na aviação dos Estados Unidos), Judy Garland (nome artístico de Frances Ethel Gumm, atriz que fez Dorothy no primeiro "O Mágico de OZ") e várias outras celebridades.

Nessas cartas escritas, Laurel encontra uma forma de libertação e confiança em si própria, quando ao relata sobre sua vida, passado-presente-futuro, vai aos poucos aliviando a tesão da perda de sua irmã. Relembrando também como era brincar, brigar, admirar a irmã.

"Cartas de Amor aos Mortos" é um livro maravilhoso que ajuda a entender e lidar com perdas, com situações constrangedoras e inadequadas, que podem ocorrer com qualquer família, com qualquer pessoa.


PERSONAGENS

Laurel: jovem que tem sua vida virada de pernas pro ar após vários eventos familiares, encontra-se novamente através da escrita, das palavras, com novos amigos, nova escola, uma nova vida.

May: irmã mais velha de Laurel que acaba deixando-a por escolha do destino.
"[...] May era linda; tinha aquele tipo de beleza que marca as pessoas. Seu cabelo era sedoso e ela parecia pertencer a um mundo melhor, [...]" (p. 9).
Sky: era o garoto misterioso do colégio por quem Laurel tinha uma queda.
"[...] Sky. Ele sempre usa jaqueta de couro, mesmo que o verão mal tenha terminado." (p. 10). 
Hannah e Natalie: fazem aula de inglês junto com Laurel, e acabam tornando se as melhores amigas. 

Tia Amy: irmã do pai de Laurel, acolheu a garota quando ela não gostava mais de ficar sozinha na casa do pai, e tenta de tudo para deixar o mundo de Laurel mais confortável e alegre novamente. 

Sra. Buster: professora de inglês na antiga e na nova escola de Laurel, é a única na nova escola que sabe sobre todos os ocorridos na vida garota.


Sobre a autora:

Ava Dellaira, é formada pela Universidade de Chicago e mestre pela Iowa Writer's Workshop. Ela cresceu em Alburquerque, no Novo México, onde passou incontáveis tardes de verão fazendo poções mágicas, lutando contra bruxas más e se divertindo com outras brincadeiras inventadas, que provavelmente contribuíram para que tornasse uma contadora de histórias. (Fonte: próprio livro, Intrínseca)

Homepage da Autora

Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas, de Raphael Draccon


O livro da vez teve uma chegada na minha vida igualmente a ideia desse blog.

Assim que o vi no sebo, a primeira coisa a chamar minha atenção foi a capa (sim, a capa, sei que "não devemos julgar um livro pela capa", mas tem umas que simplesmente são lindas e outras menos lindas), com um ar sombrio, cores frias, fontes textuais agradáveis e bem elaboradas, sem esquecer de mencionar o navio pirata e uma personagem vestida de vermelho, que mais na frente vem a ser a primeira personagem que veio em mente. Mas sem mais delongas... venho apresentar Dragões de Éter - Caçadores de Bruxas.



Título: Dragões de Éter - Vol. 1 Caçadores de Bruxas.
País de produção: Brasil
Autor: Raphael Draccon.
ISBN: 978-85-62936-33-3
Dimensão: 23 cm x 16 cm.
Páginas:
Class. CDD: 869.3 - Literatura brasileira.
Cutter: D757d
Referência: DRACCON, Raphael. Dragões de Éter: caçadores de bruxas. São Paulo: Leya, 2010. Vol. 1 (Trilogia Dragões de Éter).


Lido em: 7 dias
Nota: 10/10
E-book: disponível pela LeLivros (basta clica e ser redirecionado para a página do livro no site) ... é um segunda edição, mas o conteúdo é o mesmo.



Um compêndio de histórias de Contos de Fada. Sabe aquela repaginada que de vez enquanto é sempre bom fazermos? Nossos queridos e amados personagens das histórias dos irmãos Grimm, recebem do autor um novo visual, novas características, um novo olhar, que permiti conhecer o novo e lembrar do antigo. Não fique pensando que você irá ouvir novamente as histórias dos bardos. Porque não vai. Draccon dá as histórias suas possíveis continuações, além de proporcionar respostas a certos momentos que ficaram um grande ponto de interrogação sobre o "por que aconteceu aquilo mesmo" com a personagem x.
"[...] o homem pode ser mau, e mesmo não merecer ser chamado de homem, mas também pode ser bom e muitas vezes ter momentos acima da mortalidade. O Bem e o Mal estão sempre disputando a supremacia em uma situação, e o homem há de saber bem quais suas bases e seus ideias e qual seu caráter, para não ser conduzido para caminhos destrutivos de tal estrada." (p. 313)
A escrita de Draccon é pensada estrategicamente e elaborada para o público juvenil, usando uma linguagem do cotidiano dos jovens, mas ainda respeitando o contexto da época em que se passa o enredo, fazendo novamente o casamento perfeito do novo e do antigo, permitindo que o leitor se introduza dentro da história, vivencie e se aventure com os personagens.
"- Acontece que, em uma única noite, eu aprendi que você, e quando sigo 'você' me refiro a 'todos nós', não é o que você veste. Nem o que você fala, nem também o que você possui. [...] Você é o que você representa." (p. 134)
Aos fãs de Contos de Fada, como eu, se preparem para explorar um mundo totalmente novo e diferente do que já conhecemos das histórias tradicionais de "ninar". É importante ressaltar que, a ideia central das histórias ainda é mantida no livro de Draccon. Por exemplo, nossa Chapeuzinho ainda se encontra com o lobo mau na casa da vovó, entretanto... leia e saberá, além do mais, assim como já foi realizado em filmes e séries, Draccon trouxe para a sua história uma interconexão entre as histórias. (Por exemplo, Cinderela indo ao baile no castelo de Rapunzel; ou Peter Pan navegando atrás de Mobi Dick - não que esses exemplos estejam no livro).

Nesse primeiro volume da trilogia posso afirmar que as seguintes historias são apresentadas: 
  • Chapeuzinho Vermelho; 
  • João e Maria; 
  • Branca de Neve e os Sete Anões (essa sim, vocês tem que apreciar); 
  • Peter Pan (com a exploração do vilão Capitão Gancho). 

Outro ponto muito interessante para expor é o assunto "Religião e fé". Draccon aborda a criação de Nova Ether semelhante a criação do Universo, usando apenas outros termos para descrever as palavras que usamos na realidade. Além do "Catolicismo" que é nítido na história ele aborda a religião Wicca similar a realidade. É sempre explorado no enredo o apego a fé e a oração. Como em momentos difíceis ou após esses momentos, os personagens se veem agradecendo ou pedindo bençãos.

Deixo a indicação do livro e assim que começar/terminar a leitura dos volumes seguintes trago mais de minha humilde opinião das obras. Mas como já expus, sou muito fã de Contos de fada, então pra mim vai ser uma experiência maravilhosa explorar mais um mundo fascinante com eles


PERSONAGENS

Ariane Narin: nossa querida e notável Chapeuzinho Vermelho
[...] nome significa 'a santa', 'a castíssima', 'a muito pura'. [...] uma garota de nove anos [...]. Refiro-me a um nome, um apelido. Um fardo; uma alucinação denominada pela forma de um antigo e sinistro chapéu alvacento infantil, friamente manchado pela cor do sangue de uma senhora simpática dilacerada e de um imenso lupino abatido. Um legítimo e maldito chapéu vermelho. p. 24 - 26
Rei Primo Branford: uma realeza que nasceu do povo
[...] um Rei que se portava como todos os Reis deveriam se portar. Um Rei que usava aquela barba longa, que dá propositadamente a qualquer Rei um aspecto sábio de tempo e aventuras vividas, e armaduras ou vestimentas com o brasão real à mostra, para incentivar um culto ao nacionalismo pelo exemplo. Arrastava capas presas aos ombros com postura; montava cavalos para combates de justas; sabia com que talher espetar um javali antes e depois do meio do dia; conhecia estratégias e citações militares de cor. p. 28
Maria Hanson: a corajosa que enfrentou a Bruxa da Casa de Doces
Maria nasceu morena como a mãe e o pai, e inteligente como nenhum dos dois jamais conseguiria ser. Era dotada de uma responsabilidade inigualável, provavelmente desencadeada pelo desejo de não ser um peso para os pais, mas uma solução. Se o pai não a impedisse, diversas vezes teria erguido um machado e tentado derrubar árvores. Como isso, porém, não era trabalho para uma menina de traços finos, e ainda mais da graciosidade de Maria, a jovem, por ideia e atitude próprias, passou a vender doces preparados pela mãe nas feiras de Andreanne. p. 33 - 34)
João Hanson: o destemido matador de Bruxas
[...] também nasceu moreno como a mãe e o pai, o que - penso eu - ninguém estranhou. Sua personalidade, entretanto, tratava-se de mais do que apenas diferente da de sua irmã; funcionava mais como um legítimo complemento. Pois, se a inteligência de Maria era alta, o raciocínio de João era brilhante. E veloz. Logo, bastava a irmã ter uma ideia, por mais simples que fosse, que o raciocínio do garoto tratava de encontrar uma forma de colocar aquela ideia em prática. Isso gerou uma curiosa harmonia entre irmãos, que poucas vezes esse mundo viu repetir. p. 34
Anísio Terra Branford: o príncipe da realeza
[...] príncipe herdeiro, o mais velho e treinado para ser o legítimo sucessor de Rei Primo: o príncipe Anísio Terra Branford, nome que aqueles especialistas de sabe-se lá o quê diziam significar "completo" ou "perfeito". p.37
[...] Anísio, o mais velho e herdeiro. Aquele de discurso eloquente, de hábitos nobres, de qualidades admiráveis para quem quer um dia se tornar Rei. p. 85

Axel Terra Branford: o príncipe da plebe

[...] nasceu acostumado com a ideia de não ser o príncipe herdeiro e, por isso, não se preocupou em ser o perfeito nobre e acabou por se tornar o perfeito plebeu. Não que o príncipe tivesse modos rudes ou falta de tato com a realeza (preconceito infundado esse), apenas não se interessava pela parte nobre das coisas, muito mais intrigado pelo mundo plebeu, tão diferente e fascinante para ele. Mais: Axel escrevia em altivo (língua falada em Arzallum) rico e se dirigia a qualquer um com a forma de falar pomposa dos nobres, mas, poucas vezes realmente sentia vontade de fazê-lo. Na maioria das vezes, o que se via era um príncipe conversando com soldados usando pronomes como 'você', de forma completamente natural, situação impensável em outros Reinos. p. 37
[...] um príncipe de cabelos claros e lábios finos, quase imberbe, estatura mediana, braços trabalhados em horas de treinamento excessivo com os profissionais de pugilismo do Reino e um rosto - diziam as plebeias - 'de bebê'. Outras coisas ainda diziam as plebeias sobre ele, mas muito já me excedi na descrição desse príncipe. p. 80
Rainha Terra: a história de amor mais arriscada das histórias
[...] um caso raro no mundo. Isso porque ela também era uma fada, e é muito difícil ser permitido que uma fada tenha uma vida humana. Entretanto, Terra a tinha. p. 46

Jamil, o Coração-de-Crocodilo: o novo terror dos sete mares

Talvez o nome não lhe diga nada agora, Mas garanto a qualquer um que, se fosse legítimo morador de Andreanne, sua pele se arrepiaria ao escutar tal nome, afinal, ele traria com a pronúncia lembranças de antigos pesadelos difíceis de esquecer. Pois é o nome de um pirata diferente dos outros, descendente do pior pirata que já existiu. Jamil era filho do pirata mais famoso do mundo. Jamil, o Coração-de-Crocodilo, era filho bastardo de James Gancho. p. 63

Rick Albrook: o nosso Heroi

Caçadores costumam sair de casa às quatro e meia da manhã, encasacados para se proteger do frio, com machados amarrados na cintura, longas facas presas próximo às botas e uma pesada espingarda nas costas (os mais fortes) ou um grande arco e flechas (os mais sensatos), após um gole de café quente preparado pela esposa. Também costumam se manter barbudos, já que aparência não é prioridade e ajuda na proteção do frio matinal, e ter um porte físico respeitável, mesmo porque passam o dia basicamente fazendo exercícios quando caçam. Esse também era o caso de Rick Albrook. [...] O Herói. É assim que ele era verdadeiramente conhecido pelas pessoas. Apenas isso, e simples assim. p. 97

Snail Galford: o jovem marinheiro-pirata

[...] jovem pirata, o mais novo de todo o grupo, do galeão de Jamil Coração-de-Crocodilo, que, como novato, sofria nas mãos dos piratas mais antigos e fazia os serviços mais humilhantes, o que incluía limpar o convés, provar a comida de Jamil na frente do próprio pirata e servir de alvo para os jogos de arremesso de facas nas horas livres dos marujos. p. 129



[...] nascera filho de jogador e vivia, desde que se entendia por gente, no meio das pessoas como aquelas, consideradas a escória do mundo. p. 129

Mestre Zangado: o pecado da Ira e a virtude da Paciência; 

[...] - Reza a lenda, e a lenda quem conta é o povo, que existe uma montanha para cada anão. Para que um nasça, outro deve morrer, pois esse número sempre é perfeito. Se a lenda é verdadeira ou não, não se sabe. Mas, nesta região, existem Sete Montanhas. E são Sete seus Mestres Anões! p. 328

Eu sou Mestre Anão Ira e exijo que não te esqueças disso. A par, permito que me chamem pela alcunha de Zangado, como antigos aliados humanos me nomearam, embora desconfie de um ar depreciativo que não percebo. p. 329
Outras Citações:

"Um dia seus oponentes poderão vencer, mas não hoje..." (Capitão Gancho, p. 68) 

"Se um dia tiver uma real oportunidade, e achar que aquela é a única de sua vida, agarre-a com unhas e dentes." (pai do Snail Galford, p. 129) 

"Nunca olhe para as estrelas. As estrelas olharam para você." (p. 216) 

" Notícias de muitas explicações são sempre más notícias." (p. 225) 

"Ao anoitecer, quando a lua estiver dançando com o sol, e esse baile formar o crepúsculo, chame-o. Ele virá... se mantiver o coração puro, a mente sã e o objetivo em foco... ele virá." (p. 259)



Sobre o autor:


Raphael Draccon é romancista best-seller e roteirista premiado pela American Screenwriter Association. Foi considerado pela Revista “Isto É” como um dos dez escritores mais influentes do mercado brasileiro. Com sua principal trilogia de fantasia “Dragões de Éter” chegou ao primeiro lugar no Brasil, quarto lugar no México e também foi publicado em Portugal. Com a marca de 500 mil exemplares vendidos, teve seu trabalho citado por Walcyr Carrasco na novela Amor à Vida e seu nome por Paulo Coelho em Frankfurt como um dos autores que move o mercado nacional. Também foi script doctor para a O2 Filmes no projeto de Fernando Meirelles com a Universal Pictures e Focus Features. Em 2015 entrou para o time de roteiristas da Rede Globo de Televisão, participando de Supermax e projetos da Globo Filmes. Atualmente vive em Los Angeles após receber um Green Card como “Aliens of Extraordinary Abilities”, onde trabalha para TV e cinema com empresas como Sony Latin America.

Homepage do Autor: Raphael Draccon
Blog da Trilogia: Dragões de Éter