quarta-feira, 13 de março de 2019

Desventuras em Série - A Sala dos Répteis (2001)



Novamente aqui estamos para falar dessa série de livros, e série de tv mesmo até mesmo filme, que encanta-me, encanta-te, encanta-nos.
“É muito exasperante quando alguém prova que estamos errados, sobretudo se na verdade estamos certos e a pessoa que na verdade está errada é aquela que prova que estamos errados, desse modo dando a entender erroneamente que está certa. Certo?” p. 107
FICHA TÉCNICA

Desventuras em Série: A Sala dos Répteis.
Fonte: LeLivros
Título (BRA): A Sala dos Répteis, Desventuras em Série. 
Título (Original): The Reptile Room.
País de Produção: Norte-americano.
Autor: Lemony Snicket.
ISBN: 978-85-359-0143-6; 978-85-359-1972-1 (coleção).
Dimensão: 12,5 cm x 18,5 cm.
Páginas: 177 p.
Class. CDD: 813 - Ficção americana.
Cutter: S672.
Referência: Snicket, Lemony. Desventuras em Série: a sala dos répteis. Ilustração de Brett Helquist; Tradução de Carlos Sussekind. São Paulo, SP: Companhia das Letras, 2001.

Lido em: 10 dias.
Nota pessoal: 10/10.
Coleção/Série: Desventuras em Série (13 volumes).
Adaptações: A coleção possui um adaptação cinematográfica, de 2004, que retrata os três primeiros livros; uma série, da Netflix, com três temporadas que trabalha com todos os treze volumes.
PDF para donwload no LeLivros
Curiosidades: Herpetologia - répteis (e alguns anfíbios) (em processo)


“Para Beatrice – meu amor por você viverá para sempre. Você não teve a mesma sorte.”

Desventuras em série é uma coleção composta por 13 volumes, um mais interessante que o outro. Escrita por Lemony Snicket (pseudônimo de Daniel J. Handler), que nos proporciona uma aventura (ou desventuras) muito surreais e inimagináveis. A leitura é voltada para um público infantil, mas que acaba seduzindo muitos adolescentes e o que dirá adultos, tendo essa atmosfera de suspense e drama, envolvendo nada mais nada menos que três crianças órfãs.
“Uma das coisas mais difíceis da vida é pensar nos arrependimentos. Algo nos acontece, então fazemos o que não deveríamos ter feito e, anos depois, desejaremos que tivéssemos agido de outra forma” p. 47
O volume dois da coleção nos traz a continuação da desventura de perder os pais e ter que ficar órfão e ainda sendo transferido para lá e para cá à um novo tutor. Em A sala dos répteis conhecemos o primeiro tutor (que realmente é bom e amável com as crianças), o Dr. Montgomery Montgomery, que é irmão da mulher do primo do Baudelaire pai (e isso lá é sinal de parentesco? Para mim termina a linhagem de sangue no “primo”). Entretanto... o Tio Monty, como é chamado pelos Baudelaire é um renomado herpetólogo (em síntese, ele estuda os répteis, e alguns anfíbios).
“Esperar uma das coisas difíceis da vida. É duro esperar pela sobremesa de torta de chocolate quando o rosbife ainda está no prato. Que tristeza esperar pelo Halloween enquanto ainda falta passar o tedioso mês de setembro” p. 58
Os jovens Baudelaire, estranham no início a personalidade do Tio Monty, pensando que ele se assemelha ao maléfico Conde Olaf. Logo, descobrem que ele é um cientista maravilhoso, e pessoa maravilhosa. Mas como diria Lemony Snicket, se você está pensando que as coisas terminam felizes para sempre nesse cenário, engana-se. Temos que contar com a presença do nosso vilão, caracterizado como Stephano, um assistente de Herpetologia, que vai tentar de tudo para pegar novamente a fortuna dos Baudelaire.
“Quando alguém comete um pequeno engano -  digamos, quando um garçom põe leite desnatado no seu café expresso e não leite semidesnatado -, às vezes é bem fácil explicar a essa pessoa como e por que ela se enganou. Mas, se o engano cometido assume proporções além de todos os limites – digamos, quando um garçom morde seu nariz em vez de anotar o seu pedido -, a surpresa causada pode ser tanta que somos incapazes de dizer o que quer que seja. Paralisada pelas proporções do engano do garçom, a pessoa fica meio boquiaberta, os olhos começam um pisca-pisca incontrolável, mas não consegue se pronunciar uma palavra” p. 74
No segundo volume podemos contar com a participação do personagem com mãos de gancho, interpretando o Dr. Lucafont. Além de uma descrição rápida da Terrível Trupe Teatral do Conde Olaf. As crianças ainda continuam não sendo ouvidas pelos adultos, mesma característica presente no volume um da coleção, acredito que isso sempre vai estar presente em todas as desventuras. E ainda podemos prestigiar mais do incrível Vocabulário Baudelaire – Palavras e Expressões, que será descrito em uma postagem a parte, como “Vocabulário Baudelaire de Palavras e Expressões – parte II”.
“É uma curiosa, a morte de um ente querido. Todos sabemos que nosso tempo nesse mundo é limitado, e que finalmente todos acabaremos debaixo de algum lençol, para não acordar nunca mais. No entanto é sempre uma surpresa quando isso acontece a alguém que conhecemos. É como subir a escada para seu quarto no escuro, e achar que há mais um degrau do que realmente há. O pé resvala no ar e segue-se um aflitivo momento em que, colhida às cegas pela surpresa, a pessoa tenta adaptar-se à escuridão” p. 95
Mas acerca do livro, é muito interessante e gostosa a leitura, além de ser rápida. Para um estudante de Biblioteconomia (futuro bibliotecário renomado) e amante de livros e ficção, não poderia deixar de mencionar uma característica da linguagem, que é a função Metalinguística (linguagem falando sobre linguagem); aplicando ao livro, é o momento que podemos constar que é apresentado/citado outros livros, e bibliotecas, linhas de conhecimento especificas aplicados em uma biblioteca. O que tenho que admitir, foi uma coisa maravilhosa para mim. A parte mais linda que já vi na história.
“A ocorrência de um acidente em certo lugar pode criar uma mancha nos sentimentos de uma pessoa em relação a esse local, como a mancha de tinta que perdura num lençol branco. Por mais que se esfregue e se lave para tirar essa mancha da memória, não há como esquecer o que aconteceu e deixou todo mundo triste” p. 119-120
Assim como no volume um é mencionado a área de conhecimento do direito, no volume dois podemos desfrutar da área de biológicas, voltada para os estudos dos répteis e alguns anfíbios. Para os não bibliotecários, corresponde à classificação maior de 500 (Ciências Naturais e Exatas), ou para ser mais especifico a classificação 597.9, que trata especificamente dos repteis, e até mesmo anfíbios.
“Quando as circunstâncias são más, elas têm o dom de estragar o que, não fosse por elas, seria agradável” p. 79

PERSONAGENS

Violet Baudelaire
“com catorze anos, era a mais velha dos irmãos Baudelaire. [...] era uma inventora e quando estava concentrada em alguma de suas invenções gostava de amarrar os cabelos dessa maneira. Uma forma de ajudá-la a pensar com maior clareza nas várias engrenagens, arames e cordas envolvidas na maior parte de suas criações”. p. 12
Klaus Baudelaire
“adorava ler, e nos seus aproximadamente doze anos de idade havia devorado mais livros do que muita gente é capaz de ler ao longo de toda a vida. Às vezes lia até bem tarde da noite, e de manhã podia-se ver que caíra no sono com o livro nas mãos e sem sequer tirar os óculos”. p. 12-13
Sunny Baudelaire
“’Bax!’ (...) a mais nova dos órfãos, frequentemente falava assim, que é o jeito de falar dos bebês. Na verdade, quando não estava mordendo coisas com seus quatro dentes bem afiados, Sunny passava a maior parte do tempo soltando esses fragmentos de fala. Muitas vezes era difícil entender o que ela estava querendo dizer”. p. 13
Sr. Poe
“amigo da família que trabalhava num banco e que tinha uma tosse que não parava”. p. 11
Dr. Montgomery Montgomery
“O Dr. Montgomery vem a ser... deixe-me ver... irmão da mulher do primo de seu falecido pai. Acho que é isso. É um cientista de certo renome, e recebe muito dinheiro do governo” p. 13-14 
“Ele viajou muito, de forma que tem uma porção de histórias para contar. Ouvi dizer que a casa dele está repleta de coisas que ele trouxe dos lugares por onde passou”. p. 13 
“um homem baixinho e rechonchudo de rosto bem redondo e avermelhado”. p. 17
Stephano - Conde Olaf
“Um homem muito alto e magro, com uma barba comprida e sem sobrancelhas acima dos olhos saia da porta traseira do carro, carregando uma maleta preta fechada com um cadeado de prata que brilhava” p. 45 
“Podia ter rapado sua longa sobrancelha duas em uma. Podia ter deixado crescer uma barba no seu queixo ossudo, mas a tatuagem de um olho em seu tornozelo era mais reveladora que qualquer sinal de nascença” p. 46
Terrível Trupe Teatral - 3T
- Um careca de nariz comprido, que vestia sempre um roupão preto;
- Duas mulheres sempre com o rosto coberto com um pó branco fantasmagórico;
- Uma pessoa tão grandona e de traços tão indefinidos que não se podia dizer que fosse homem ou mulher;
- Um homem magricela que tinha dois ganchos onde deveria haver suas mãos. p. 57
Dr. Lucafont
“(...) uma criatura muito magra, um homem alto de paletó branco. [...] ‘Sou o dr. Lucafont’, disse o homem alto, apontando para si próprio com uma das mãos, grande e sólida” p. 108
CARTA AO EDITOR

Ao Meu Amável Editor:
Escrevo-lhe das margens do Lago Lacrimoso onde examino o que restou da casa da tia Josephine para ter uma percepção clara do que aconteceu quando os órfãos Baudelaire estiveram aqui.
Vá ao Café Kafka às quatro horas na próxima quarta-feira, e peça uma xícara de chá de jasmim ao garçom mais alto. A menos que meus inimigos tenham triunfado, ele trará, no lugar do seu pedido, um envelope bem grande. Dentro você encontrará a minha descrição desses espantosos acontecimentos, intitulada O Lago das Sanguessugas, bem como um esboço da Gruta do "P", um pequeno saco com cacos de vidro e o cardápio do restaurante Palhaço Ansioso. Haverá também um tubo de ensaio contendo uma sanguessuga do lado, que o sr. Helquist usará como modelo para fazer uma ilustração caprichada. Em nenhuma hipótese esse tubo de ensaio deve ser aberto.
Lembre-se, o senhor é minha única esperança que a história dos órfãos Baudelaire seja finalmente contada ao grande público.
Respeitosamente,
Lemony Snicket.

Sobre o Autor:

Pseudônimo do escritor Daniel J. Handler, tornou-se um fenômeno editorial em todo o mundo. Nasceu em 28 de fevereiro 1970, em San Francisco, EUA, onde mora até hoje. É casado com Lis Brown, artista gráfica que conheceu na universidade, e tem um filho chamado Otto Handler. Integra uma banda chamada Magnetic Fields. Ele é escritor e cineasta americano, formado pela Universidade Wesleyan, em 1992, no estado de Connecticut.

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